Economia

Dilma está com armas em punho contra a recessão mundial

Em discurso na Bahia, presidente da República cita as reservas internacionais e os depósitos compulsórios

Dilma Rousseff recebe presente da artesã Eunice Santos Souza em evento na Bahia (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

Dilma Rousseff recebe presente da artesã Eunice Santos Souza em evento na Bahia (Roberto Stuckert Filho/Presidência da República)

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Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2011 às 20h43.

São Paulo – A presidente Dilma Rousseff não chegou ao exagero de dizer que a economia brasileira está 100% blindada contra uma possível recessão mundial, mas já indicou que as armas disponíveis são de grosso calibre.

Nesta sexta-feira (5), durante discurso realizado na Bahia, Dilma falou sobre as turbulências internacionais e reiterou que o Brasil está preparado para enfrentar tempos difíceis.

"Hoje o Brasil ainda está mais forte do que estava em 2008. Em 2008, nós tínhamos condição de enfrentar a crise quando ela veio. Hoje, nós temos mais condições", declarou a presidente.

O “arsenal de guerra” inclui as reservas internacionais, acima de US$ 300 bilhões, e os depósitos compulsórios.

"Hoje, nós temos 60% a mais de reservas internacionais. A gente, hoje, tem mais de 348 bilhões de dólares. (...) E tínhamos também dinheiro para que, se fechasse o crédito internacional, a gente fornecesse. Naquela época, a gente tinha o que se chama de compulsório de R$ 220 bilhões, hoje nós temos R$ 420 bilhões. Então, o Brasil não tem nenhuma fraqueza", afirmou Dilma Rousseff (ouça as declarações da presidente na próxima página).

Os depósitos compulsórios são o montante de dinheiro que os bancos são obrigados a deixar no Banco Central, sem poder emprestar aos clientes. É a autoridade monetária que define um percentual do total de depósitos à vista e a prazo que ficará “congelado”.


A estratégia de Dilma, ao que tudo indica, é a mesma adotada em 2008 e 2009, quando houve injeção de liquidez no mercado e aumento da participação do governo na economia.

Os economistas avaliam que um eventual contágio do Brasil se dará basicamente por duas formas: escassez de crédito internacional e queda no preço das commodities, que sustentam a balança comercial.

O que pode tornar o cenário ainda mais perigoso é o fato de que os governos dos países desenvolvidos terão menos espaço para estimular a economia, já que as políticas monetária e fiscal estão no limite.

Num ambiente de intenso estresse, o desempenho da China será o principal termômetro da economia brasileira. Quanto menor o impacto no mercado chinês, mais tranquila fica a situação por aqui.

A "xerifona" Dilma e a equipe econômica estão com o dedo no gatilho. O primeiro tiro deve ser disparado pelo Banco Central ainda neste mês ao interromper o ciclo de alta dos juros.

Ouça a declaração da presidente Dilma Rousseff

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