Economia

7 tendências globais em energia renovável para ficar de olho

Queda nos custos de eólica e solar pavimentam caminho para um futuro de geração mais limpa, segundo relatório anual da Bloomberg New Energy Finance

Instalação de painéis fotovoltaicos em um edifício de Wuhan, na China. (Kevin Frayer/Getty Images)

Instalação de painéis fotovoltaicos em um edifício de Wuhan, na China. (Kevin Frayer/Getty Images)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 19 de junho de 2017 às 18h03.

São Paulo - As energias renováveis deverão receber quase três quartos dos US$ 10,2 trilhões que o mundo investirá em novas formas de tecnologia de geração até 2040. É o que prevê a edição 2017 do relatório New Energy Outlook (NEO), produzido anualmente pela Bloomberg New Energy Finance (BNEF).

Apesar da altas cifras, o estudo calcula que seria preciso investir muito mais em tecnologias verdes para reduzir as emissões de gases efeito estufa na atmosfera e evitar mudanças climáticas perigosas na Terra. Um investimento adicional de US$ 5,3 trilhões em ações de redução de emissões seria necessário para manter o Planeta na trajetória segura.

Ainda assim, muitas tendências prometem sacudir o tabuleiro energético mundial nos próximos anos, segundo o estudo da BNEF.

Boom da energia solar e eólica

Segundo o relatório, as fontes eólica e solar representarão 34% da geração de eletricidade até 2040, em comparação com os 5% atuais. Mais US$ 7,4 trilhões deverão ser investidos em novas usinas de energia renovável, o que representa 72% dos US$ 10,2 trilhões em investimentos projetados para geração de energia em todo o mundo. A energia solar levará US$ 2,8 trilhões e a eólica receberá US$ 3,3 trilhões.

Painéis fotovoltaicos ganharão mais mercado

O custo da energia solar de painéis fotovoltaicos, que hoje é um quarto do que era em 2009, deverá baixar outros 66% até 2040. Até lá, um dólar comprará 2,3 vezes mais energia solar do que hoje, pelos cálculos da Bnef. Até 2040, os painéis solares fotovoltaicos residenciais representarão até 24% da eletricidade na Austrália, 20% no Brasil, 15% na Alemanha, 12% no Japão e 5% nos EUA e na Índia.

Os custos de energia eólica cairão rapidamente

Os custos da energia eólica em alto mar (offshore) cairão impressionantes 71% até 2040, puxados pela competição, risco reduzido e economia de escala resultantes de projetos e turbinas cada vez maiores. O custo da energia eólica onshore cairá 47% no mesmo período, graças a turbinas mais baratas e mais eficientes e procedimentos de operação e manutenção simplificados.

Baterias e sistemas de armazenamento serão essenciais

Os analistas da Bnef estimam que o mercado de baterias de íon de lítio para armazenamento de energia acarretará investimentos de pelo menos US$ 239 bilhões entre hoje e 2040. As baterias de larga escala competem cada vez mais com o gás natural para fornecer flexibilidade ao sistema em horários de pico. As baterias de pequenas dimensões, instaladas em residências e empresas ao lado dos sistemas fotovoltaicos, representarão 57% do armazenamento em todo o mundo até 2040.

Veículos elétricos aumentarão demanda por novas fontes

De acordo com a Bnef, os carros elétricos aumentarão a demanda por novas fontes de energia para equilibrar a matriz. Na Europa e nos EUA, os veículos elétricos representarão 13% e 12%, respectivamente, da demanda por eletricidade até 2040. E mais: o crescimento desses veículos reduzirá o custo das baterias de íon de lítio, provocando uma queda de 73% até 2030.

Geração de energia com carvão colapsará na Europa e nos EUA

A demanda fraca, o baixo custo das renováveis e maior uso de gás reduzirão o consumo de carvão em 87% na Europa até 2040. Nos EUA, o uso de carvão para geração de energia cairá 45%, já que as plantas antigas não serão substituídas e outras começarão a queimar gás mais barato. A geração de carvão na China crescerá um quinto na próxima década, mas atinge seu pico em 2026. A Globalmente, a demanda por carvão para geração de energia deve diminuir 15% entre 2016 e 2040, segundo a Bnef.

Emissões do setor de energia atingirão pico em 2026

As emissões de CO2 pelo setor energético aumentarão em um décimo antes de atingir o pico dentro de 10 anos. Apesar disso, até 2040, as emissões terão caído apenas 4% abaixo dos níveis de 2016, o que não é suficiente para evitar um aumento da temperatura global acima de 2°C até o final do século. Um investimento adicional de US$ 5,3 trilhões em ações de redução de emissões seria necessário para manter o planeta na trajetória segura.

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