Economia

5 previsões (bem otimistas) de Mantega para o Brasil de 2022

Se depender das projeções do governo propagadas pelo ministro da Fazenda nos últimos dias, o Brasil vai ter uma trajetória espetacular até 2022. Veja o tamanho do otimismo


	Guido Mantega: o governo tem um plano para o período 2013-2022, mas será preciso muito trabalho - e uma pitada de ajuda da economia mundial - para que o Brasil visto ali saia do papel
 (Lailson Santos/Veja)

Guido Mantega: o governo tem um plano para o período 2013-2022, mas será preciso muito trabalho - e uma pitada de ajuda da economia mundial - para que o Brasil visto ali saia do papel (Lailson Santos/Veja)

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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2013 às 08h00.

São Paulo - Se o futuro do Brasil depender apenas das projeções do governo e, particularmente, do ministro da Fazenda Guido Mantega, os próximos 10 anos para o país serão nada menos que brilhantes. Esta é a reação mais comum a quem tem sido apresentado por Mantega às metas de longo prazo contendo a expectativa oficial - e otimista ao extremo - da próxima década brasileira. O material foi apresentado no último EXAME Fórum.

Entre outras projeções animadoras para o ciclo 2013-2022, estão um crescimento médio de 4% ao ano e um aumento de 40% no PIB per capita.

Na última década - quando, vale lembrar, a economia mundial ainda soprava favoravelmente em boa parte do tempo - este último registrou crescimento de 28%. 

A realidade cotidiana tem se mostrado dura já neste ano. O Banco Central (BC) reduziu a projeção de crescimento da economia brasileira de 2,7% para 2,5% na última segunda-feira. 

Segundo o professor Evaldo Alves, da Escola de Administração de Empresas da FGV, as metas estipuladas pelo ministro não seriam inalcançáveis. "O Brasil tem capacidade física e de recursos para alcançar esses resultados, mas a pretensão é maior que a capacidade de gestão e empenho na obtenção desses objetivos", acredita o professor. 

Para quem já teve até mesmo a demissão sugerida por publicações do exterior pelas previsões exageradas, Mantega se mantém incorrigível no grupo dos otimistas. Veja o porquê.

1 PIB crescendo 4% ao ano

Meta: Crescer 4% ao ano, em média, até 2022

Por que é otimista: Entre 2003 e 2012, o crescimento foi de 3,6% ao ano. Para 2013, a previsão do BC já é de 2,5%. 

"A janela do consumo já foi utilizada, o consumidor brasileiro já está endividado até o limite, não dá mais para crescer assim. Temos que usar a janela do comércio exterior, aumentando as nossas exportações, mas para isso o governo precisa elimar algumas restrições no campo burocrático. E ainda há o os problemas nos portos e aeroportos", afirma o professor Evaldo. 

2 Crescimento de 40% no PIB per capita

Meta: Aumentar o PIB per capita em 40%, passando dos R$ 22,4 mil atuais para R$ 31,3 mil em 2022

Por que é otimista: De 2003 à 2012, o período recente de maior crescimento econômico do país, houve aumento de 28% no PIB per capita. A economia mundial e a brasileira vivem hoje um momento bem mais delicado e os gargalos nacionais ficaram ainda mais aparentes. 


3 Investimento chegando a 24% do PIB

Meta: 7% de aumento anual no investimento para alcançar a taxa de 24% do PIB até 2022, considerada próxima do ideal por especialistas

Por que é otimista: Hoje o Brasil investe 18,1% de seu PIB. Mantega prevê que o investimento vai crescer, em média, 7% ao ano - sendo que nos últimos 10 anos a taxa foi de 5,7% - impulsionado pelos investimentos em infraestrutura, na indústria e em setores estratégicos. Mas o ambiente econômico é contaminado por maior desconfiança e insegurança no setor privado

4 R$ 1 tri em infraestrutura

Meta: R$ 1 trilhão em concessões de infraestrutura até 2022

Por que é otimista: O ambicioso plano de concessões do governo Dilma, que responderá pela maior parte deste montante, ainda terá de mostrar eficiência  

5 Fim da desindustrialização

Meta: Aumentar a participação da indústria de transformação de 14,6% para 16% do PIB até 2022

Por que é otimista: O Brasil passa por um processo de desindustrialização do setor produtivo. Alguns economistas apontam que o movimento inverso, além de mais raro, demanda enormes investimentos que, claro, só saem quando há confiança do empresariado no cenário econômico. 

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