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2025 deve ter recorde de leilões de infraestrutura; macroeconomia e mudança tributária preocupa

Especialistas debateram o futuro das concessões no Brasil no Fórum Infraestrutura, Cidades e Investimentos da EXAME

Debate sobre leilões e concessões durante o Fórum Infraestrutura, Cidades e Investimentos da EXAME (Eduardo Frazão/Exame)
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 10 de dezembro de 2024 às 15h48.

Última atualização em 11 de dezembro de 2024 às 11h09.

Em 2025, o Brasil deverá dobrar o total de leilões de projetos de rodovias, ferrovias, portos e obras de saneamento e chegar a 90, preveem especialistas. O total previsto de leilões em 2025, quase 90, será mais que o dobro de 2024, quando houve cerca de 40.

No entanto, há preocupações de que a alta dos juros e mudanças nos impostos possam reduzir o apetite dos investidores.

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As perspectivas para o avanço das concessões no próximo ano foram debatidas no Fórum Infraestrutura, Cidades e Investimentos EXAME, realizado nesta terça, 10, em São Paulo.

Eric Brasil, diretor de Regulação e Políticas Públicas da LCA Consultoria Econômica, destacou que este avanço do número de leilões depende de três pilares: a melhor estruturação de projetos, maior segurança jurídica e um cenário econômico com menos surpresas.

"O mais importante é ter previsibilidade no cenário macroeconômico. Não precisa estar um mar de rosas, mas ter políticas bem fundamentadas, de Estado. O investidor em infraestrutura não está preocupado com o preço do câmbio ou juros de hoje, mas com o ambiente econômico", disse Brasil.

Frederico Ribeiro, sócio da Radar PPP, aponta que será importante tentar adequar a quantidade de projetos ao nível de demanda e capacidade de absorção do setor privado. "Estamos em um momento de bastante sensibilidade a respeito de uma possível reversão das expectativas econômicas. Isso pode fazer o privado tirar um pouquinho o pé do acelerador", disse.

Projeto de coleta e tratamento de esgoto em Manaus

Novos impostos ao saneamento

Kelly Félix, coordenadora jurídica da Abcon Sindcon (Associação e Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), disse que a entidade mapeou ao menos 27 leilões de saneamento previstos para 2025, que devem atrair R$ 77 bilhões em investimentos.

Ela aponta, no entanto, que a Reforma Tributária, cuja regulamentação está em debate no Congresso, traz incertezas ao setor, pois prevê um aumento de impostos.

"O setor de saneamento vai passar a pagar IBS e CBS [novos impostos criados pela reforma] Vai sair de 9,74% de aliquota para 28%. É um aumento muito significativo em um momento em que o setor precisa de R$ 900 bilhões em investimetnos para alcançar metas previstas na legislação", afirmou Félix.

"Um estudo da GO Associados prevê impacto médio de 18% nas tarifas, e uma redução dos investimentos, de até 26% a menos. A gente não pode voltar para trás", disse.

Félix contou que o setor defende que, para fins tributários, o saneamento seja equiparado ao setor de saúde. A ideia ficou de fora do relatório atual da reforma que está em debate no Congresso, mas a entidade segue defendendo a medida.

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