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Ainda vale a pena investir na poupança?

A poupança continua sendo a modalidade preferida dos brasileiros, mas será que é a melhor opção? Veja quanto seu dinheiro pode render

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Poupança: quem investiu em 2021 obteve um retorno de 2,48% ao ano (bem inferior se comparado à inflação medida pelo IPCA de 10,06% ao ano no mesmo período) (DBenitostock/Getty Images)

Poupança: quem investiu em 2021 obteve um retorno de 2,48% ao ano (bem inferior se comparado à inflação medida pelo IPCA de 10,06% ao ano no mesmo período) (DBenitostock/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de junho de 2022, 13h00.

Última atualização em 5 de agosto de 2022, 11h04.

A poupança sempre foi, e ainda é, a queridinha do brasileiro quando o assunto é investimento. A mais recente edição do “Raio X do Investidor Brasileiro”, material elaborado pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), mostra que, em 2021, a caderneta de poupança era a preferida e, entre os respondentes, 23% investiam nesse tipo de aplicação. Os fundos de investimento, para se ter uma ideia, eram a preferência de 3% dos entrevistados e as ações na bolsa, de 2% apenas. Mas será que ainda vale a pena investir na poupança?

Investir na poupança vale a pena?

Especialista em finanças pessoais, Diego Hernandez, da Ativo Investimentos, diz que a poupança não tem sido uma forma de aplicação muito vantajosa para o investidor, seja no modelo de remuneração de 70% da taxa Selic (quando a Selic está inferior a 8,5% ao ano), seja no modelo atual de TR + 0,5% ao mês (quando a taxa Selic é superior a 8,5% ao ano).

“Nas duas situações o investidor deixa dinheiro na mesa”, afirma. Hernandez dá um exemplo: “Para se ter uma ideia, quem investiu em poupança em 2021 obteve um retorno de 2,48% ao ano. Quando comparado à inflação medida pelo IPCA de 10,06% ao ano no mesmo período, esse mesmo investidor obteve uma deterioração de seu capital investido de -6,89% em termos reais”.

Como investir meu dinheiro?

Dessa forma, para o investidor que pretende formar e rentabilizar seu patrimônio de maneira mais eficiente, a poupança não é o caminho mais adequado, alerta Hernandez. E isso, segundo ele, é válido mesmo quando se olha para frente, e não somente no retrovisor.

“Hoje o mercado já fala em taxa Selic em 13,75% no final do ano de 2022. Já encontramos opções prefixadas para um ou dois anos muito próximas de 15% ao ano em emissões bancárias como CDB, LCI e LCA.”

Quanto rende 100 mil na poupança?

A pedido de EXAME, o especialista fez uma projeção de rendimento líquido para os próximos 12 meses*: 

(Exame Solutions/Exame)

* Sobre o quadro: 1) Para cálculo do rendimento líquido foi utilizada alíquota de 20% de IR, exceto poupança, por ser isento. 2) Consideramos 12,86% a remuneração do Tesouro Selic (sendo Selic atual de 12,75% + prêmio do papel de 0,1143% não levando em conta aumentos previstos na Selic até o final do ano).

Como se vê, a poupança é a menos vantajosa dentre as três opções. A recomendação do especialista, portanto, é que o investidor procure saber seu apetite a risco e obtenha o máximo de informação sobre a decisão que está tomando.

“Em um contexto geral, a renda fixa tem trazido retornos muito atrativos para o investidor”, diz. “O Tesouro Selic 2025 é a melhor opção para o investidor mais conservador que pretende obter ganhos com o aumento da taxa de juros. Para o investidor que está pensando em proteção contra inflação sobre a carteira e tem um horizonte de tempo de médio para longo prazo, o Tesouro IPCA + 2035 tem ofertado taxas muito próximas de seu pico histórico”, exemplifica.

Ele ressalta, ainda, que é possível encontrar ativos com uma similaridade muito grande em emissões bancárias (CDB, LCI e LCA) de bancos menores com proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), trazendo taxas mais atrativas que o Tesouro Direto. “Importante ficar atento e fazer um mix bom desses ativos na carteira.”