Ciência

Você sabia que a poluição do ar pode aumentar a chance de problemas nos rins?

Segundo estimativa da Organização Internacional World Kidney Day, cerca de 10% da população mundial sofre com doenças renais

Os rins filtram a urina, os resíduos e os fluidos extras do sangue, usando muitos vasos sanguíneos (georgeclerk/Getty Images)

Os rins filtram a urina, os resíduos e os fluidos extras do sangue, usando muitos vasos sanguíneos (georgeclerk/Getty Images)

Edicase
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Agência de notícias

Publicado em 15 de agosto de 2023 às 08h05.

Em 14 de agosto, é celebrado o “Dia do Combate à Poluição”. A data tem como objetivo alertar a população e todos os setores da sociedade sobre os efeitos prejudiciais da poluição para o meio ambiente e, sobretudo, para a saúde, principalmente a dos rins.

Segundo estimativa da Organização Internacional World Kidney Day, cerca de 10% da população mundial sofre com doenças renais. O problema tende a crescer ainda mais, caso não haja uma redução dos níveis da poluição, correlacionados ao aumento da temperatura global.

“A sudorese induzida pelo calor e a consequente desidratação predispõem ao maior risco de desenvolvimento de doenças renais. Além disso, à medida que as temperaturas da superfície global continuam a aumentar devido à atividade humana, os impactos adversos são agravados para as pessoas que já têm doenças renais”, explica a médica nefrologista Dra. Caroline Reigada, especialista em Medicina Intensiva pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira.

Grupos mais afetados pelas altas temperaturas

Os rins filtram a urina, os resíduos e os fluidos extras do sangue, usando muitos vasos sanguíneos. Além disso, colaboram com a saúde cardiovascular e com o correto funcionamento dos músculos, mantêm os ossos saudáveis e estimulam a produção de glóbulos vermelhos, enfatiza a Dra. Caroline Reigada.

“Com o aumento da temperatura, as crianças, as mulheres e os idosos são os mais afetados. Isso porque, nas crianças, a capacidade de equilibrar a temperatura corporal (termorregulação) ainda está sendo desenvolvida; nos idosos, essa espécie de ‘termostato’ costuma apresentar falhas; e as mulheres, por apresentarem maior nível de gordura corporal que os homens, são mais vulneráveis ao calor”, conta a médica. “Além disso, devemos prestar muita atenção ao impacto cada vez maior das mudanças climáticas nas pessoas com doenças renais”, conta a especialista.

Impacto das mudanças climáticas para pessoas com problemas renais

Segundo informações da Sociedade Americana de Nefrologia, o impacto das mudanças climáticas provavelmente afetará desproporcionalmente as pessoas com doenças renais que têm outras condições crônicas, como doenças cardíacas e pulmonares, e são propensas a infecções.

“Pacientes com insuficiência renal necessitam de vários tratamentos de diálise a cada semana para viver. Dado que a maioria dessas pessoas recebe tratamentos de hemodiálise três vezes por semana em um centro de diálise ambulatorial, a interrupção da infraestrutura médica durante um desastre natural pode ter consequências terríveis. Antes acompanhávamos desastres naturais pela televisão, apenas em outros países. Vimos no começo desse ano, com as enchentes que afetaram vários estados brasileiros, que essa realidade está cada vez mais próxima de nós”, acrescenta a médica.

Dicas para prevenir as doenças renais

Por fim, a médica indica, para prevenção de doenças renais, as seguintes recomendações:

  • Aumentar o consumo de água;
  • Ter uma alimentação saudável;
  • Visitar um médico de confiança regularmente (para detecção precoce e intervenção de doenças renais genéticas e comorbidades como hipertensão e diabetes).
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