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Vacina pode evitar 100.000 abortos e mortes de recém-nascidos

O risco de doenças apresentado pela bactéria estreptococo B foi subestimado durante muito tempo, segundo os autores do estudo

Vacina: mais de 21 milhões de mulheres grávidas no mundo todo são portadoras desta bactéria (Karoly Arvai/Reuters)
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AFP

Publicado em 7 de novembro de 2017 às 18h17.

Última atualização em 7 de novembro de 2017 às 18h17.

Mais de 100.000 abortos espontâneos e mortes de recém-nascidos poderiam ser evitados em todo o mundo com uma vacina contra uma infecção comum em mulheres grávidas, sugerem estudos publicados nesta segunda-feira.

O risco de doenças apresentado pela bactéria estreptococo B foi subestimado durante muito tempo, segundo os autores, cujo trabalho foi publicado na revista médica Clinical Infectious Diseases, e também foram apresentados na conferência anual da Sociedade Americana de Medicina Tropical e Higiene realizada em Baltimore, Maryland.

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Mais de 21 milhões de mulheres grávidas no mundo todo são portadoras desta bactéria considerada inofensiva, calculam pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM).

Hoje se sabe que este estreptococo é responsável por casos de septicemia e meningite potencialmente mortais em recém-nascidos, e que este agente patogênico é também uma causa importante de aborto espontâneo.

No entanto, ainda não há vacinas disponíveis, lamentam os pesquisadores, cujos estudos foram financiados pela Fundação Bill & Melinda Gates.

A análise mostra pela primeira vez que uma vacina com 80% de eficácia administrada em 90% das mulheres no mundo todo poderia evitar 231.000 casos de infecção em mulheres grávidas e recém-nascidos.

Naturalmente presente e inofensivo no trato digestivo, o estreptococo B se torna patogênico quando migra para outros órgãos e causa apenas infecções leves, exceto em grávidas e seus fetos.

Antes destes estudos, os dados reunidos sobre infecções em recém-nascidos com este estreptococo se limitavam aos países ricos.

Estes últimos estudos determinaram que a infecção está presente em grávidas no mundo todo.

Em média, 18% das mulheres que esperam um filho estão colonizadas por esta bactéria, com taxas que vão de 11% no leste da Ásia a 35% no Caribe.

Os cinco países com os maiores números de mulheres grávidas infectadas são Índia (2,4 milhões), China (1,9 milhões), Nigéria (1,06 milhão), Estados Unidos (942.800) e Indonésia (799.100).

A África, que conta com apenas 13% da população mundial, representa 65% de todos os abortos espontâneos e mortes de recém-nascidos como resultado desta infecção por estreptococos, revela o estudo.

Atualmente, a única prevenção é administrar antibióticos às mulheres no momento do parto para reduzir o risco para o bebê, o que evita 29.000 casos por ano, principalmente nos países ricos.

Esta abordagem pode ser difícil em países em desenvolvimento, onde muitos partos são feitos em casa.

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