Vacina personalizada contra o câncer tem resultados esperançosos na Inglaterra
Medicamento é feito a partir do próprio DNA dos pacientes e foi testado em tumores na cabeça e no pescoço
Estadão Conteúdo
Publicado em 6 de julho de 2022 às 16h14.
Uma vacina personalizada contra o câncer , produzida a partir do DNA do próprio paciente, alcançou resultados iniciais esperançosos em estudos clínicos do Clatterbridge Cancer Center, um dos principais centros de estudos médicos da Inglaterra.
A vacina foi aplicada como tratamento complementar em cânceres de cabeça e pescoço, aqueles que acometem as regiões da boca, faringe (garganta), laringe e cavidade nasal, bem como a pele, glândulas salivares, vasos sanguíneos, músculos e nervos da região, além da glândula tireoide.
Nenhum dos oito primeiros pacientes vacinados teve recaída. Por outro lado, o câncer voltou em dois de oito pacientes que não haviam sido imunizados. Embora os números ainda sejam pequenos para conclusões estatísticas, Christian Ottensmeier, consultor médico oncologista e diretor de pesquisa do Clatterbridge Cancer Center, mostrou certa dose de cautela, mas otimismo para as próximas fases da pesquisa.
"Estou realmente esperançoso, sim. Estou bastante animado com isso. Todos os dados estão apontando na direção certa", afirmou.
O Clatterbridge Cancer Center foi o primeiro hospital inglês a oferecer o tratamento. Um pequeno ensaio clínico com doentes com câncer nos ovários na França e nos EUA também vem mostrando resultados promissores.
Tecnologia usada na vacina contra covid
A vacina foi batizada de TG4050. Ela é desenvolvida pela empresa francesa Transgene com tecnologia semelhante à usada na produção do imunizante contra a covid-19 da AstraZeneca. O medicamento utiliza parte do DNA do tumor de um paciente. Um vírus modificado e enfraquecido é, então, injetado no corpo da pessoa com a doença. O sistema imunológico atua e destrói as células cancerígenas ainda no estágio inicial.
O otimismo dos cientistas está ligado à adaptação da vacina ao câncer de cada indivíduo. As mutações no DNA das células tumorais variam de paciente para paciente.
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