Vacina da Pfizer: estudo mostra que imunizante gerou produção de células T nos pacientes (Dado Ruvic/Reuters)
Thiago Lavado
Publicado em 11 de fevereiro de 2021 às 16h40.
Última atualização em 11 de fevereiro de 2021 às 17h04.
Um estudo realizado para testar a vacina da Pfizer diante das donas variantes de covid-19 apontou que o imunizante é capaz de produzir resposta imune para proteger a maioria das pessoas de uma infecção, depois de aplicada a segunda dose da vacina.
Estudos preliminares apontaram que a vacina era eficaz em produzir anticorpos para variantes como as do Reino Unido e da África do Sul, mas esses testes foram feitos em vírus modificados, não em amostras isoladas de pacientes reais.
De acordo com o estudo, ainda não revisado por pares, depois de duas doses da vacina os pacientes tinham uma produção forte de células T, umas das mais importantes para o sistema imunológico. Os estudos anteriores ainda não haviam olhado para esse aspecto imune.
Os dados apontam ainda que depois de uma única dose, havia anticorpos moderadamente eficazes contra o vírus original, menos eficazes contra o vírus do Reino Unido e ineficazes contra a variante sul-africana. No entanto, havia produção de células T logo depois da primeira dose, o que aponta para uma preparação do corpo para produzir uma resposta imune mais duradoura depois da segunda injeção.
"Acreditamos que é por isso que a segunda dose produz uma resposta de anticorpos tão forte, porque as células T já estão lá, prontas para reagir", explica William James, professor de virologia da Universidade de Oxford, um dos responsáveis pelo estudo, em entrevista ao britânico The Guardian.
A descoberta é importante para ciência porque aponta que a vacina está capacitando o corpo dos pacientes a reagir a novas cepas do coronavírus, o que pode implicar que os imunizantes são mais duradouros e serão efetivos contra outras variantes. "Estamos bastante confiantes que as pessoas estarão protegidas de infecções tanto da cepa da África do Sul, quanto da de Kent, bem como da original", disse James.
"O vírus ainda não parou de evoluir, mas acredito que enquanto as vacinas forem aplicadas e as pessoas receberem a segunda dose, estaremos em uma posição melhor no meio do ano do que estamos agora", afirmou.
Até então, havia preocupação na comunidade científica sobre se as vacinas atuais seriam eficazes contra variantes e diferentes cepas do coronavírus. O próprio CEO da Pfizer, havia expressado durante o Fórum Econômico de Davos, que a empresa estaria se preparando para desenvolver fórmulas contra novas variantes.