Novavax: vacina da farmacêutica americana apresentou bons resultados (JUSTIN TALLIS/AFP/Getty Images)
Tamires Vitorio
Publicado em 28 de janeiro de 2021 às 19h08.
Última atualização em 29 de janeiro de 2021 às 10h14.
A farmacêutica americana Novavax anunciou nesta quinta-feira, 28, que sua vacina contra o novo coronavírus se mostrou 89,3% eficaz em um estudo clínico de fase três — o último necessário antes de uma aprovação. Os testes foram realizados no Reino Unido com 15.000 pessoas.
De todos os voluntários, 62 tiveram infecções confirmadas, sendo que 56 deles foram observados no grupo de placebo e somente seis faziam parte do grupo que realmente estava tomando a vacina.
"A Novavax tem potencial de ter um papel importante nessa crise global de saúde. Estamos ansiosos para continuar o trabalho com nossos parceiros, colaboradores, investigadores e reguladores no mundo todo para tornar a vacina disponível o mais rápido possível", afirmou o CEO da companhia, Stanley Erck, em um comunicado.
A vacina também se mostrou 85,6% eficaz contra a variante B.1.1.7 — entre os pacientes que ficaram doentes durante a fase de testes, metade foi infectada pela nova cepa.
O imunizante, no entanto, não teve a mesma eficácia com a variante encontrada na África do Sul. Em testes realizados no país, a eficácia observada foi de 49,4% entre 44 casos de covid-19, sendo que 90% deles foram causados pela nova cepa. Para driblar o problema, a Novavax afirmou que está trabalhando em uma versão modificada da vacina capaz de também evitar infecções pela nova variante. Os novos testes devem começar no segundo trimestre de 2021.
As ações da empresa subiram mais de 23% depois da divulgação dos resultados.
Para uma vacina ser aprovada, ela precisa passar por diversas fases de testes clínicos prévios e em humanos. Primeiro, ela passa por fases pré-clínicos, que incluem testes em animais como ratos ou macacos para identificar se a proteção produz resposta imunológica.
A fase 1 é a inicial, quando os laboratórios tentam comprovar a segurança de seus medicamentos em seres humanos; a fase 2 tenta estabelecer de a vacina ou o remédio produz imunidade contra um vírus.
Já a fase 3 é a última do estudo e procura demonstrar a eficácia da imunização.
Uma vacina é finalmente disponibilizada para a população quando a fase 3 é finalizada e a proteção recebe um registro sanitário.