Ciência

Tatuagem do MIT muda de cor quando nível de açúcar no sangue cai

A solução, feita em parceria com a Universidade de Harvard, promete facilitar a vida de diabéticos

DermalAbyss: quando o açúcar no sangue aumenta, a tinta sensível ao açúcar muda de azul para marrom (Vimeo/MIT Media Lab/Reprodução)

DermalAbyss: quando o açúcar no sangue aumenta, a tinta sensível ao açúcar muda de azul para marrom (Vimeo/MIT Media Lab/Reprodução)

Marina Demartini

Marina Demartini

Publicado em 18 de junho de 2017 às 07h00.

Última atualização em 18 de junho de 2017 às 07h00.

São Paulo – Pesquisadores da Universidade de Harvard e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos EUA, desenvolveram uma solução criativa que pode facilitar o dia-a-dia de quem tem diabetes. Eles fabricaram uma tinta para tatuagem que contém substâncias químicas capazes de detectar níveis de açúcar, sódio e pH no sangue.

A solução funciona da seguinte maneira: quando o açúcar no sangue aumenta, a tinta sensível ao açúcar muda de azul para marrom. No caso de aumento nos níveis de sódio, a tinta que faz a detecção do sódio fica verde sob a luz UV. Já quando os níveis alcalinos mudam, a tinta sensível ao pH muda da cor roxa para a rosa.

Chamada de DermalAbyss, a tinta monitora o fluido intersticial, um líquido que envolve as células do tecido. Tal solução é composta por açúcar, ácidos graxos, neurotransmissores, aminoácidos e até hormônios. Como o excesso do fluido é constantemente drenado pelas paredes dos capilares linfáticos, a tinta consegue fazer a detecção da quantia de açúcar, por exemplo.

“A DermalAbyss cria um acesso direto aos compartimentos no corpo e reflete processos metabólicos internos em forma de tatuagem”, explica um comunicado do MIT. Os pesquisadores ressaltam em um vídeo oficial (que você pode ver no final deste texto) que a tatuagem feita com a tinta pode ser desenhada em qualquer formato.

Até o momento, a tinta foi testada apenas na pele de porcos, animais com tecidos similares aos dos seres humanos. Várias injeções foram feitas na pele para analisar a funcionalidade e a visibilidade das substâncias químicas.

Ainda não existe uma data para o início dos testes em seres humanos. Exames clínicos em pessoas são importantes para tirar algumas dúvidas, como a reação alérgica do corpo à substância ou até mesmo o tempo de funcionamento da tecnologia.

Apesar de o projeto ser ainda muito inicial, ele promete ajudar – e muito – a vida de pessoas que sofrem com as diabetes tipos 1 e 2. Atualmente, para monitorar seus níveis de glicose, os diabéticos precisam picar o dedo com um aparelho e colocar uma gota de sangue em uma tira de teste. “Com DermalAbyss, imaginamos o futuro onde o procedimento doloroso é substituído por uma tatuagem”, afirma o comunicado do MIT.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o número de brasileiros diagnosticados com diabetes cresceu 61,8% nos últimos 10 anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016.

Assista a um vídeo (em inglês) sobre a DermalAbyss:

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