Ciência

Sonda da Nasa em Júpiter analisa Grande Mancha Vermelha

Espaçonave sobrevoa da colossal tempestade carmesim que fascina observadores da Terra há centenas de anos

Sonda Juno em órbita ao redor de Júpiter (NASA/JPL-Caltech/Divulgação)

Sonda Juno em órbita ao redor de Júpiter (NASA/JPL-Caltech/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 12 de julho de 2017 às 10h16.

Los Angeles - Uma espaçonave da Nasa em órbita ao redor de Júpiter começou a transmitir na terça-feira dados e imagens da maior aproximação humana da Grande Mancha Vermelha, em um sobrevoo da colossal tempestade carmesim que fascina observadores da Terra há centenas de anos.

A sonda Juno registrou seu contato imediato com a característica mais marcante de Júpiter na noite de segunda-feira, pelo horário da costa do Pacífico, ao passar cerca de 9 mil quilômetros acima das nuvens do ciclone monumental.

Mas irá demorar dias para que as leituras capturadas pelo conjunto de câmeras e outros instrumentos da Juno cheguem aos cientistas do Laboratório de Propulsão a Jato de Pasadena, na Califórnia, e muito mais tempo ainda para que os dados sejam analisados.

Os cientistas esperam que o exercício ajude a desvendar mistérios como quais forças estão induzindo a tempestade, há quanto tempo ela existe, o quão fundo ela penetra na baixa atmosfera do planeta e por que parece estar se dissipando gradualmente.

Astrônomos também acreditam que um entendimento maior da Grande Mancha Vermelha pode dar pistas sobre a estrutura, a mecânica e a formação de Júpiter como um todo.

"Esta é uma tempestade maior do que a Terra inteira. Ela está lá há centenas de anos. Queremos saber o que a estimula", disse Steve Levin, principal cientista de projeto da missão Juno no laboratório californiana.

Levin disse que se acredita que a tempestade é alimentada por energia que emana do interior de Júpiter combinada com a rotação do planeta, mas os mecanismos internos exatos são desconhecidos.

Alguns dos dados mais preciosos do sobrevoo de segunda-feira devem vir de um instrumento concebido para analisar a Grande Mancha Vermelha em seis profundidades diferentes, disse Levin.

O ciclone é a maior tempestade conhecida do sistema solar, já que tem cerca de 16 mil quilômetros de diâmetro e ventos que chegam a centenas de quilômetros por hora em suas extremidades. Ele tem a aparência de uma esfera vermelha e profunda cercada por camadas de amarelo pálido, laranja e branco.

O encontro de segunda-feira com a Grande Mancha Vermelha foi a mais recente de 12 missões de sobrevoo atualmente agendadas pela Nasa para a Juno, que deve fazer sua próxima aproximação do alto das nuvens de Júpiter em 1o de setembro.

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