Foto tirada de uma janela do veículo SpaceX Crew Dragon enquanto a Estação Espacial Internacional orbitava sobre o Oceano Atlântico próximo à costa do Brasil, perto da foz do Rio Amazonas (Nasa/Divulgação)
Laura Pancini
Publicado em 17 de maio de 2021 às 10h19.
Última atualização em 19 de maio de 2021 às 14h21.
Mesmo após sua volta à Terra em dezembro, a sonda chinesa Chang'e5 continua oferecendo informações surpreendentes sobre a Lua.
A Chang'e5 é a maior espaçonave já enviada pela China, com quatro módulos e mais de oito toneladas. Sua missão também foi histórica: a sonda chinesa trouxe 2 quilogramas de material lunar para a Terra, a primeira vez que isso acontece em 44 anos — a última foi em 1976, em uma missão espacial da União Soviética.
Depois da entrega das amostras, a Chang'e5 se dirigiu a um ponto no espaço que fica a 1,5 milhão de quilômetros de distância da Terra na direção do Sol, conhecido como Lagrange Sol-Terra. Os Pontos de Lagrange são pontos que ficam próximos de um sistema orbital de dois corpos massivos. Suas órbitas são gravitacionalmente equilibradas, porque as forças gravitacionais das massas cancelam a aceleração centrípeta.
Lá, a Chang'e5 conseguiu capturar uma imagem única da Terra e da Lua juntas e perfeitamente alinhadas:
As atividades da sonda chinesa após deixar o material lunar na Terra são consideradas como um "trabalho bônus" de uma missão de sucesso. Por conta disso, a foto da Chang'e5 acaba não tendo uma qualidade ideal, já que não foi projetada para observações detalhadas do espaço profundo.
Agora, a espaçonave chinesa está realizando testes relacionados ao controle da órbita e outras observações da Terra e do Sol que podem ajudar futuras missões.
A sonda Chang'e5 faz parte de uma missão maior da China, que é se tornar um dos líderes mundiais na exploração espacial. O país já investiu bilhões de dólares em seu programa espacial para tentar recuperar o atraso em relação à Europa, Rússia e Estados Unidos.
No último sábado (15), o país asiático pousou com sucesso o seu robô Zhurong, controlado remotamente, em Marte. Ele faz parte da sonda espacial Tianwei-1, lançada em julho de 2020 em direção ao planeta vermelho. Os cientistas da missão estão focados em coletar dados e analisar a topografia e a geologia da Utopia Planitia, região onde ocorreu o pouso.