Reino Unido testa anti-inflamatórios e remédios de câncer contra covid-19
Acredita-se que casos graves de covid-19 são desencadeados por uma hiper reação imunológica, que pode ser contida pelos remédios
Reuters
Publicado em 10 de junho de 2020 às 11h55.
Última atualização em 10 de junho de 2020 às 12h06.
Dois remédios anti-inflamatórios e contra o câncer estão sendo testados como possíveis terapias para pacientes de covid-19 , anunciaram as universidades britânicas de Birmingham e Oxford nesta quarta-feira.
Acredita-se que casos graves de Covid-19 são desencadeados por uma hiper reação do sistema imunológico, conhecida como tempestade de citocina, e pesquisadores estão investigando se remédios que suprimem certos elementos do sistema imunológico podem desempenhar um papel na contenção de uma escalada rápida dos sintomas.
O Namilumab, um anticorpo monoclonal da Izana Bioscience já nas fases finais de testes para tratamento de artrite reumatoide e uma doença inflamatórias conhecida como espondilite anquilosante, é o primeiro de quatro candidato do teste Catalyst.
Ele visa a uma citocina chamada GM-CSF, que se acredita que, em níveis descontrolados, é um catalisador essencial da inflamação pulmonar excessiva e perigosa vista em pacientes com Covid-19.
O remédio já está sendo testado como terapia para Covid-19 na Itália.
O segundo medicamento, Infliximab (CT-P13), desenvolvido pela Celltrion Healthcare UK, sediada na cidade inglesa de Slough, é uma terapia de fator de necrose tumoral alfa (TNF) usada para tratar oito doenças autoimunes, como a artrite reumatoide e a síndrome do intestino irritável.
Ben Fisher, investigador de testes coclínicos da Universidade de Birmingham, disse: "Indícios emergentes estão demonstrando um papel crítico de anti-inflamatórios na tempestade de citocina associada à infecção grave de Covid-19".
"No estudo Catalyst, esperamos mostrar, com uma única dose destes tipos de remédios em pacientes hospitalizados, que conseguimos adiar ou evitar a deterioração rápida para o tratamento intensivo e a exigência de ventilação invasiva neste grupo crítico de pacientes."
Entre os outros remédios para doenças autoimunes que estão sendo estudados devido à sua capacidade de conter a tempestade de citocina em testes estão o Regeneron, o Kevzara da Sanofi, o Actemra da Roche e o otilimab da Morphosys e da GlaxoSmithKline.
A japonesa Takeda tem uma participação acionária estratégica na Izana.