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Todos os tipos de câncer têm uma proteína em comum, indica estudo

Pesquisa mostra que todos os cânceres têm presença ou ausência de YAP, proteína que tem papel importante na formação de tumores

Pesquisa indica que todo câncer tem a presença da proteína YAPon ou YAPoff (Getty Images/Getty Images)
LP

Laura Pancini

Publicado em 21 de julho de 2021 às 07h00.

Última atualização em 22 de julho de 2021 às 14h09.

Uma nova pesquisa feita por cientistas do Instituto Lunenfeld-Tanenbaum (LTRI) indica que t odos os cânceres se enquadram em apenas duas categorias , com base na presença (ou ausência) de uma proteína chamada " Yes-associated protein " ( YAP ).

A proteína YAP tem papel importante na formação de tumores malignos. De acordo comRod Bremner, cientista sênior do LTRI, todos os cânceres têm a YAP ligada (YAPon) ou desligada (YAPoff), e cada uma exibe diferentes respostas aos medicamentos.

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Quando as células cancerosas são cultivadas em laboratório, elas flutuam ou grudam.Na pesquisa, o grupo de cientistas descobriu que a proteína YAP regula essa flutuabilidade da célula: todas as que flutuam são YAPoff e as grudentas são YAPon.

Apesar dos cânceres com a proteína desligada serem mais mortais, tanto eles quanto os cânceres YAPons têm vulnerabilidades que podem ser exploradas.

"Os cânceres YAPon precisam de YAP para crescer e sobreviver. Em contraste, os cânceres YAPoff param de crescer quando ligamos a YAP", disse Bremner, cujo estudo foi divulgado no jornal científico Cancer Cell .

O que complica a descoberta é que os tumores são capazes de alternar entre os dois estados durante os tratamentos, como uma forma de sobrevivência. O câncer de pulmão, por exemplo, não pode ser impedido de crescer apenas ao ligar a proteína.

Mesmo assim, a descoberta ainda pode influenciar nas abordagens terapêuticas de maneira positiva."A regra binária simples que descobrimos pode expor estratégias para tratar muitos tipos de câncer que se enquadram nas superclasses YAPoff ou YAPon", disse Joel Pearson, coautor do estudo.

Pearson acredita que eventualmente será possível desenvolver uma abordagem geral, tanto para o estado YAPoff quanto o YAPon, para impedir que o câncer mude de um estado para o outro e resista aos tratamentos medicamentosos. Porém, mais pesquisas precisam ser feitas.

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