(Dado Ruvic/Reuters)
Agência O Globo
Publicado em 8 de dezembro de 2021 às 09h25.
Última atualização em 8 de dezembro de 2021 às 17h40.
As farmacêuticas Pfizer e BioNTech anunciaram nesta quarta-feira que duas doses da vacina podem não ser suficientes para proteger contra a infecção com a variante Ômicron, mas que três doses são capazes de neutralizar a nova cepa.
“As empresas acreditam que os indivíduos vacinados [com duas doses] ainda podem estar protegidos contra formas graves da doença e estão monitorando de perto a eficácia do mundo real contra Ômicron, globalmente”, afirma nota conjunta após estudos realizados em laboratório.
As empresas afirmaram que seguem com o desenvolvimento de uma vacina específica contra a Ômicron e esperam tê-la disponível até março “caso uma adaptação seja necessária para aumentar ainda mais o nível e a duração da proteção”.
“Embora duas doses da vacina ainda possam oferecer proteção contra doenças graves causadas pela cepa Ômicron, é claro a partir desses dados preliminares que a proteção é melhorada com uma terceira dose de nossa vacina”, disse Albert Bourla, presidente e CEO da Pfizer. “Garantir que o maior número possível de pessoas esteja totalmente vacinado com as duas primeiras doses e um reforço continua a ser o melhor caminho para prevenir a disseminação da Covid-19.”
O geneticista Salmo Raskin, diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba, conta que o primeiro estudo feito sobre a eficácia da vacina da Pfizer contra Ômicron mostrou que o título de anticorpos neutralizantes contra o vírus cai bastante, em torno de 40%.
— Mas não cai totalmente e lembro que nossa defesa imunológica não é composta só por anticorpos, mas também por células (T e B), e estas não devem ser impactadas pela Ômicron.
A AstraZeneca/Oxford e a Sinovac, laboratório da CoronaVac, também estão realizando estudos de laboratório para avaliar a efetividade das suas vacinas contra a nova variante.
A Ômicron, detectada pela primeira vez no sul da África no mês passado, disparou alarmes em todo o mundo para outro surto de infecções, com mais de duas dezenas de países, do Japão aos Estados Unidos, relatando casos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), em 26 de novembro, classificou-a como uma "variante de preocupação" (VOC), mas disse que não havia nenhuma evidência para apoiar a necessidade de novas vacinas especificamente projetadas para combater a variante Ômicron e suas muitas mutações.