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Pesquisadores encontram anticorpo que neutraliza coronavírus

O estudo avaliou apenas o comportamento do anticorpo in vitro e mais pesquisas são necessárias para comprovar sua eficácia no combate à covid-19

Coronavírus: novo anticorpo pode evitar contágio pelo vírus causador da covid-19 (Getty Images/Getty Images)

Lucas Agrela

Publicado em 4 de maio de 2020 às 18h27.

Última atualização em 5 de maio de 2020 às 19h18.

Pesquisadores da Universidade de Utrecht, na Holanda, reportaram a descoberta de um anticorpo capaz de neutralizar e impedir a infecção das células pelo novo coronavírus , causador da doença chamada covid-19.

Publicado na revista científica Nature Communications , os cientistas ressaltam que o anticorpo, chamado 47D11, funcionou para conter o novo coronavírus em testes de laboratório in vitro.

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Os pesquisadores avaliaram 51 tipos de anticorpos diferentes se baseando no genoma do vírus Sars, que é da mesma família do novo coronavírus. O 47D11 é um anticorpo humano, o que pode acelerar o processo de testes clínicos que podem dar origem a uma vacina.

“Usando essa coleção de anticorpos do Sars-CoV, identificamos um anticorpo que neutraliza a infecção pelo Sars-CoV-2 em células curadas”, escrevem os autores.

Nos testes, o anticorpo 47D11 foi capaz de bloquear a infecção dos dois vírus em células humanas. Para isso, ele atacou as espículas de proteína que se prendem às células humanas e, a partir desse ponto, permite que os vírus se reproduzam e contaminem milhões de células, causando sintomas como febre, dificuldade para respirar e tosse.

Os pesquisadores buscam agora avaliar se o anticorpo pode ser usado para a criação de uma vacina contra o novo coronavírus. No entanto, uma série de testes ainda é necessária para descobrir se o 47D11 pode se comportar no corpo humano da mesma forma que se comportou em laboratório e se ele não oferece risco à saúde.

Mundialmente, cerca de 100 vacinas e 200 medicamentos estão sendo desenvolvidos e testados por pesquisadores e empresas do ramo farmacêutico. A Universidade de Oxford, no Reino Unido, por exemplo, estima que criará a primeira vacina eficaz contra o novo coronavírus em setembro deste ano. No entanto, como esse é um processo que leva normalmente dez anos, qualquer previsão inferior a um ano desde a descoberta da covid-19 é considerada otimista por especialistas.

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