Demonstração artística mostra o aquecimento feito pelas auroras de Júpiter (J. O'Donoghue/Nasa/Reprodução)
Há vantagens e desvantagens em estar próximo do Sol. No caso de Mercúrio, o primeiro da fila do sistema solar, sua atmosfera é completamente varrida pela estrela. Assim, ele é nada além de uma rocha que chega em extremos 427 graus Celsius.
Mais a frente, em Júpiter, que fica a uma distância média de 778 bilhões de km do Sol, a energia não chega com força suficiente, e neste sentido, havia um mistério para os astrônomos: como era possível explicar tanto calor irradiando pelo planeta.
Um novo estudo, produzido por um grupo internacional de pesquisadores, se valeu de dados do Observatório Keck, no Havaí, para elucidar a questão.
Com a análise, agora sabe-se que as auroras do gigante gasoso são as responsáveis por aquecer sua alta atmosfera.
As auroras em Júpiter são iguais às da Terra. Ocorrem nos polos em uma reação de eletrização por partículas de elétrons e prótons, geradas pelo Sol.
No gigante, o fenômeno é alimentado também pelo material vulcânico expelido por sua lua Lo, criando uma aurora poderosa e, consequentemente, o aquecimento das regiões polares do planeta.
“Pudemos observar que a aurora de Júpiter, apesar de ocupar menos de 10% da área de o planeta, parece estar aquecendo a coisa toda”, afirma o cientista planetário James O’Donoghue, pesquisador da JAXA e principal autor do artigo.
O funcionamento é comparável como o de uma geladeira, onde a energia térmica extraída do equador em direção ao polo é depositada na baixa atmosfera das regiões polares.
O artigo que conta sobre a descoberta foi publicado integralmente publicado na revista científica Nature deste mês.