Proxima b: ilustração mostra planeta parecido com a Terra (ESO/M. Kornmesser/Divulgação)
Lucas Agrela
Publicado em 29 de maio de 2020 às 10h51.
Última atualização em 29 de maio de 2020 às 11h45.
Pesquisadores da Universidade de Genebra, na Suíça, confirmaram, na última quinta-feira (28), a existência de um planeta parecido com a Terra na órbita de uma estrela próxima do Sistema Solar.
Chamado de Proxima b, o planeta fica em zona habitável em torno da estrela Proxima Centauri, a mais próxima do Sol. Com isso, ele pode ter condições para a formação de água em estado líquido. O planeta é maior do que a Terra, tendo 1,17 vez a sua massa.
A confirmação da presença do Proxima b foi obtida por meio do uso do Espresso, um espectrógrafo para o Very Large Telescope (VLT) no Chile.
Diferentemente da Terra, o planeta completa uma volta na estrela a cada 11,2 dias, e não 365 dias. Os resultados do estudo foram publicados pelos pesquisadores no jornal científico Astronomy & Astrophysics.
O Proxima b foi detectado pela primeira vez há alguns anos, espectrógrafo mais antigo Harps, que registrou uma perturbação na velocidade da Proxima Centauri, indicando a possível presença de um planeta. A estrela fica a 4,2 anos-luz de distância da Terra.
“A confirmação da existência do Proxima b foi uma tarefa importante e ele é um dos planetas mais interessantes conhecidos na nossa vizinhança solar”, diz, em nota, Alejandro Suarez Mascareño, um dos principais autores do estudo.
Os astronomos ainda precisam coletar mais informações sobre o planeta para descobrir se ele é, de fato, habitável. "Existe uma atmosfera que protege o planeta de raios mortais [da estrela]?", indaga o pesquisador Christophe Lovis, do Departamento de Astronomia da Universidade de Genebra. “E se essa atmosfera existir, ela contém os elementos químicos que promovem o desenvolvimento da vida [oxigênio, por exemplo]? Há quanto tempo essas condições favoráveis existem?"
Ainda assim, nenhuma nave espacial feita por humanos pode viajar à velocidade da luz. E, para chegar até Proxima b, precisaríamos de uma nave que viajasse a essa velocidade ao longo de 4,2 anos.