Passaporte Covid-19: a ideia é que somente imunizados teriam a permissão para viagens e aglomerações (Anton Petrus/Getty Images)
O “passaporte de vacinação" seria um aplicativo para smartphone ou um atestado que comprovasse a vacinação contra Covid-19, dando ao portador liberdade para viajar, ir a shows, bares e restaurantes, ou mesmo apenas retornar ao trabalho no escritório. No entanto, o que parece ser uma solução prática, causa uma abertura para uma série de questões éticas e legais, alertam pesquisadores ingleses em um estudo preliminar divulgado no sábado (10).
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No relatório, os especialistas ponderam sobre a possibilidade que tal artificio possa encorajar algumas pessoas a serem vacinadas, é fato. Mas os cientistas questionam se outras podem deliberadamente sair para se infectar, a fim de testar positivo e conseguirem os anticorpos necessários para obter um certificado que lhes permita sair livremente. Eles dizem que os passaportes de vacina também podem encorajar as pessoas a se comportarem como se não estivessem mais em risco, descartando as máscaras e ignorando o distanciamento social. O resultado seriam surtos em regiões que hoje começam a dar sinais de estarem superando a pandemia.
Os certificados de estado de saúde não são uma ideia nova, eles apontam. No século 15, passes de saúde impressos foram usados para permitir o comércio e as viagens durante a peste na Europa. Eles certificaram apenas que o portador viera de uma cidade sem pragas. Na atual pandemia, Israel já introduziu um aplicativo de “passe verde” para permitir que aqueles que são vacinados vão a shows e ao teatro. Em Nova Iorque, um sistema similar está em teste. Enquanto a UE, anunciou um esquema para permitir que imunizados viajem entre os membros do bloco.
A Organização Mundial da Saúde diz que não está claro se pessoas vacinadas podem infectar outras, mesmo que permaneçam assintomáticas. E afirma que os passaportes criariam uma hierarquia devido ao acesso desigual às vacinas em vários países. Alguns países europeus argumentam que barrar os não vacinados de viajar prejudicaria o princípio de livre circulação de pessoas da UE.