Games: diagnóstico potencial de distúrbio pode ser feito apenas se o comportamento persistir por cerca de um ano, segundo especialista (Mike Blake/Reuters)
Reuters
Publicado em 18 de junho de 2018 às 17h54.
Londres - Alguns pais podem ter um novo argumento para limitar o 'tempo de tela' dos filhos, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer o vício em videogames como problema de saúde mental.
A Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS, uma bíblia de doenças reconhecidas e diagnosticáveis, descreve a dependência de jogos digitais e de vídeo como "um padrão de comportamento persistente ou recorrente de jogos" que se torna tão grande que "prevalece sobre outros interesses de vida".
O especialista da OMS em saúde mental e abuso de substâncias Shekhar Saxena disse que alguns dos piores casos observados em pesquisa global foram de pessoas jogando até 20 horas por dia, perdendo o sono, refeições, trabalho ou escola e outras atividades diárias.
Ele ressaltou que apenas uma pequena minoria de pessoas que jogam videogames desenvolvem o problema, mas disse que o reconhecimento de sinais de alerta pode ajudar a evitá-lo.
"Este é um comportamento ocasional ou transitório", disse, acrescentando que um diagnóstico potencial de distúrbio pode ser feito apenas se o comportamento persistir por cerca de um ano.
O CID, que tem sido atualizado nos últimos 10 anos, abrange 55 mil tipo de lesões, doenças e causas de morte. O guia serve de base para a OMS e outros especialistas ver e responder às tendências em saúde.
"Isso nos permite entender muito sobre o que faz as pessoas adoecerem e morrerem, e tomar medidas para evitar o sofrimento e salvar vidas", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em comunicado.
O CID também é usado por seguradoras de saúde cujos reembolsos dependem das classificações do guia.