Ciência

Novo tratamento reduz mortes por covid-19, mas efeito colateral preocupa

Estudo da Universidade de Michigan mostra os resultados do uso de tocilizumabe no fortalecimento do sistema imunológico de pacientes com coronavírus

Tocilizumabe: droga está sendo utilizada para tratar pacientes em estado grave de coronavírus (Teka77/Getty Images)

Tocilizumabe: droga está sendo utilizada para tratar pacientes em estado grave de coronavírus (Teka77/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 14 de julho de 2020 às 12h48.

Última atualização em 14 de julho de 2020 às 15h20.

Pesquisadores americanos podem ter descoberto um novo tipo de tratamento para combater os sintomas do coronavírus. Uma pesquisa realizada pela Universidade de Michigan mostrou que o uso da droga tocilizumabe, quando aplicada em doses intravenosas, pode reduzir em até 45% as chances de um paciente em estado crítico de covid-19 falecer por conta da doença. Os efeitos colaterais, porém, ainda preocupam.

O estudo publicado na revista científica Clinical Infectious Diseases se baseia em análises realizadas com 154 pacientes tratados no hospital universitário Michigan Medicine entre os meses de março e abril. Além de uma queda na taxa de óbitos, houve um aumento no número de pacientes que dispensaram o uso de ventiladores pulmonares.

Os resultados mostraram que o percentual de óbitos entre os pacientes que fizeram uso do medicamento caiu pela metade, de 36% para 18%. O percentual, então, chega em 45% de redução de mortalidade quando são analisadas as características da saúde de cada paciente.

Entre os pacientes que tiveram melhoras em seus quadros de saúde, 82% saíram dos ventiladores graças a droga. Já entre os enfermos que não utilizaram o remédio, o percentual foi de 53%.

Por outro lado, os pesquisadores também notaram que 54% dos pacientes que tomaram doses de tocilizumabe desenvolveram infecções secundárias. A taxa é maior do que entre os pacientes que fizeram não fizeram uso do medicamento: 26%. Essas enfermidades são classificadas como "superinfecções" e podem reduzir as chances de sobrevivência de um paciente.

“A diferença na mortalidade, apesar do aumento da infecção secundária, é bastante acentuada”, disse Emily Somers, autora do estudo e professora associada do Departamento de Medicina Interna da Universidade de Michigan.

Por ora, o grupo de pesquisas utilizado pela Universidade de Michigan, recomenda o uso da droga apenas em pacientes em estado crítico de acordo com as diretrizes de tratamento fornecidas na pesquisa. O próprio estudo, vale destacar, aponta os riscos da nova terapia e a falta de evidências mais concretas sobre o potencial benéfico nos pacientes.

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