Ciência

Novo telescópio subaquático na Sibéria vai detectar partículas minúsculas do universo

O telescópio Baikal-GVD foi instalado no Lago Baikal, na Sibéria, e irá ser usado para estudar os neutrinos, as menores partículas conhecidas do universo

Telescópio "Baikal-GVD": o maior detector de neutrinos do Hemisfério Norte (Alexei KushnirenkoTASS/Getty Images)

Telescópio "Baikal-GVD": o maior detector de neutrinos do Hemisfério Norte (Alexei KushnirenkoTASS/Getty Images)

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AFP

Publicado em 13 de março de 2021 às 19h09.

Cientistas russos lançaram neste sábado (13) um dos maiores telescópios subaquáticos do mundo, que estudará os mistérios do universo a partir das águas cristalinas do Lago Baikal, na Sibéria.

O telescópio, que começou a ser construído em 2015, foi projetado para observar neutrinos, as menores partículas conhecidas. Chamado de "Baikal-GVD", foi instalado entre 750 e 1.300 metros de profundidade, a cerca de quatro quilômetros da margem do Lago Baikal.

Os neutrinos são muito difíceis de detectar e a água é um meio muito eficaz para isso. O observatório flutuante consiste em cordas com vidro esférico e módulos de aço inoxidável anexados a elas.

"Um telescópio de neutrino medindo meio quilômetro cúbico está localizado sob nossos pés", disse Dmitry Naumov, do Instituto Conjunto de Pesquisa Nuclear, à AFP, em pé na superfície gelada do Lago Baikal.

Naumov disse que dentro de alguns anos, o telescópio será ampliado e medirá 1 quilômetro cúbico.

Segundo o cientista, o telescópio vai rivalizar com o Ice Cube, um observatório de neutrinos enterrado sob o gelo da Antártica em uma base de pesquisa que os Estados Unidos possuem no Pólo Sul.

Cientistas russos afirmam que o "Baikal-GVD" é o maior detector de neutrinos do Hemisfério Norte e que o Lago Baikal, o maior lago de água doce do mundo, é o lugar ideal para hospedá-lo.

"Claro, o Lago Baikal é o único onde um telescópio de neutrino pode ser implantado devido à sua profundidade", disse Bair Shoibonov, do Joint Institute for Nuclear Research, à AFP.

"A água doce também é importante, assim como a clareza da água. E o fato de haver cobertura de gelo por  doi meses e meio também é muito importante."

O telescópio é o resultado de uma colaboração entre cientistas da República Tcheca, Alemanha, Polônia, Rússia e Eslováquia.

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