Ciência

Morre último rinoceronte-branco do norte macho do mundo

Restam apenas duas fêmeas da subespécie vivas no planeta, mas cientistas ainda têm esperança de salvá-la da extinção

Rinoceronte branco: morre último macho da subespécie (Thomas Mukoya/Reuters)

Rinoceronte branco: morre último macho da subespécie (Thomas Mukoya/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de março de 2018 às 09h11.

Última atualização em 20 de março de 2018 às 09h30.

Nairóbi - O último rinoceronte-branco do norte macho do mundo morreu, informou a entidade do Quênia responsável por seus cuidados, deixando apenas duas fêmeas da subespécie vivas no planeta, mas cientistas ainda têm esperança de salvá-la da extinção.

A entidade Ol Pejeta Conservancy disse em um comunicado que decidiu, juntamente com autoridades responsáveis pela vida selvagem e com os antigos cuidadores do animal, submeter o rinoceronte Sudan, que tinha 45 anos, a eutanásia na segunda-feira devido à rápida deterioração de seu estado de saúde.

Sudan estava sendo tratado por complicações ligadas à idade que afetaram seus músculos e ossos e também provocaram grandes feridas em sua pele.

No final de fevereiro e início de março o rinoceronte passou uma quinzena deitado devido ao desconforto causado por uma ferida profunda em sua pata direita traseira.

"Seu estado piorou significativamente nas últimas 24 horas; ele não conseguia ficar em pé e estava sofrendo muito", disse a Ol Pejeta. "A equipe veterinária do Zoológico Dver Kralove, da Ol Pejeta e do Serviço de Vida Selvagem do Quênia tomaram a decisão de lhe submeter a eutanásia".

Sudan morou no Zoológico Dver Kralove, na República Tcheca, antes de ser transportado para a Ol Pejeta Conservancy, localizada cerca de 250 quilômetros ao norte de Nairóbi, onde viveu com as duas últimas fêmeas da mesma espécie --Najin, de 27 anos, e Fatu, de 17 anos.

Depois que todas as tentativas de fazê-lo acasalar naturalmente fracassaram, ambientalistas colocaram Sudan no aplicativo de encontros Tinder, no ano passado, na esperança de arrecadar 9 milhões de dólares para um tratamento de fertilidade.

A Ol Pejeta disse na segunda-feira que coletou material genético de Sudan, que pode ser usado futuramente em tentativas de reprodução de rinocerontes-branco do norte.

A entidade disse que cientistas também estão buscando maneiras de fazer uma fertilização in vitro.

"A única esperança para a preservação desta subespécie agora está no desenvolvimento de técnicas de fertilização in vitro usando óvulos das duas fêmeas remanescentes, sêmen armazenado de rinocerontes-brancos do norte machos e rinocerontes-brancas do sul como barrigas de aluguel", informou.

 

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