Ciência

Morre Buddy, primeiro cão com diagnóstico positivo de covid-19 nos EUA

Pastor alemão ficou doente em abril, na mesma época em que seu dono Robert Mahoney estava se recuperando da doença

Cachorros: segundo a Organização Mundial da Saúde, animais de estimação provavelmente não transmitem covid-19 a seus donos (AFP/AFP)

Cachorros: segundo a Organização Mundial da Saúde, animais de estimação provavelmente não transmitem covid-19 a seus donos (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 30 de julho de 2020 às 21h50.

Última atualização em 30 de julho de 2020 às 22h33.

O primeiro cachorro a testar positivo para coronavírus nos Estados Unidos morreu, segundo relato da revista National Geographic esta semana. Ele sofreu com sintomas comuns nos pacientes humanos de covid-19.

Buddy, um pastor alemão de sete anos, ficou doente em abril, na mesma época em que seu dono Robert Mahoney estava se recuperando da doença. O animal parecia ter o nariz entupido e dificuldades para respirar e sua situação apenas piorou com o passar das semanas e meses.

Mahoney e sua esposa Allison, que vivem em Nova York, acabaram sacrificando o cão em 11 de julho, depois que ele começou a vomitar coágulos de sangue, urinar sangue e já não conseguia mais andar.

O casal disse à National Geographic que teve dificuldades de confirmar a suspeita de que Buddy havia sido infectado com o SARS-CoV-2. Muitos veterinários da região estavam fechados devido à pandemia. Alguns foram céticos quanto a animais contraindo o vírus. De qualquer forma, os testes estavam sendo preservados para o uso em humanos.

Uma clínica, enfim, conseguiu confirmar o resultado positivo do cachorro e descobriu ainda que o filhote de 10 meses da família, que nunca chegou a adoecer, tinha anticorpos contra o coronavírus.

Os veterinários mais tarde verificaram também que Buddy provavelmente sofria de linfoma. O que levanta o questionamento sobre se, assim como humanos, animais com doenças preexistentes podem ser mais suscetíveis a formas graves do COVID-19.

Nem autoridades de saúde pública nem veterinários, no entanto, puderem oferecer muitas informações aos donos, já que não há dados suficientes sobre o vírus em animais. Apenas se sabe que a contaminação parece ser rara.

Robert Cohen, o veterinário que testou Buddy, disse à revista que não tinham conhecimento ou experiência alguma com a base científica do coronavírus em cães. Além disso, a família acha que as autoridades federais e municipais não pareceram muito interessadas em aprender com o caso.

A posição oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que animais de estimação provavelmente não transmitem o vírus a humanos. Porém, Shelley Rankin, uma veterinária da Universidade da Pennsylvania, acredita que mais estudos são necessários. "Se estamos dizendo ao mundo que a prevalência é baixa, temos que olhar para números altos" de animais, afirmou ela.

Doze cachorros e dez gatos tiveram resultado positivo para coronavírus nos EUA, de acordo com a National Geographic. Allison e Robert Mahoney querem que a história de Buddy seja ouvida.

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