Há mais de 3 bilhões de anos, Marte era um planeta úmido; hoje é árido e empoeirado (Getty/Getty Images)
Repórter colaborador
Publicado em 13 de agosto de 2024 às 09h41.
Cientistas anunciaram nesta segunda-feira, 12, que Marte pode ter água em seu subsolo no estado líquido, numa quantidade suficiente para formar um "oceano global".
As conclusões são baseadas em medições realizadas pela sonda Mars InSight, da Nasa, que detectou mais de 1300 tremores antes de encerrar suas operações há dois anos.
Toda essa água estaria localizada entre 11,5 e 20km de profundidade na crosta do Planeta Vermelho. Provavelmente a substância teria se infiltrado no solo há bilhões de anos, quando Marte possuía rios, lagos e, agora suspeitamos, oceanos.
A descoberta foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences e representa mais uma evidência de que o planeta possui água no estado líquido.
Em 2018, outra pesquisa apontou evidências nesse sentido. A descoberta publicada na Science foi reforçada em 2020 quando cientistas indicaram que o polo sul do planeta tinha água em estado líquido, mas abaixo de uma camada de gelo.
Se a localização da InSight em Elysium Planitia, a segunda região vulcânica mais extensa de Marte, for representativa do restante do planeta, a quantidade de água subterrânea seria suficiente para encher um oceano com cerca de 1 a 2km de profundidade, de acordo com Wright.
Embora a InSight não esteja mais em funcionamento, os cientistas continuam analisando seus dados coletados entre 2018 e 2022 para obter mais informações sobre o interior de Marte.
Há mais de 3 bilhões de anos, Marte era um planeta úmido, mas acredita-se que tenha perdido sua água da superfície à medida que sua atmosfera foi se dissipando, transformando-o num lugar árido e empoeirado, como hoje.
Os cientistas acreditam que grande parte dessa antiga água "escapou" para o espaço ou permaneceu enterrada abaixo de sua superfície.