Ciência

Manto de basalto pode explicar ausência de água em Marte

Pesquisa tenta explicar porque a água desapareceu da superfície de Marte pouco tempo depois de sua formação

Marte: foguete United Launch Alliance Atlas V 401 leva no interior um veículo robótico que será o encarregado de explorar o núcleo de Marte (ESO/M. Kornmesser/Reprodução)

Marte: foguete United Launch Alliance Atlas V 401 leva no interior um veículo robótico que será o encarregado de explorar o núcleo de Marte (ESO/M. Kornmesser/Reprodução)

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EFE

Publicado em 20 de dezembro de 2017 às 18h18.

Londres - Um estudo apresentado nesta quarta-feira pela revista "Nature" sugere que as rochas de basalto da superfície de Marte podem armazenar mais água que as da Terra e que isto poderia explicar a ausência deste elemento da camada superior do planeta vermelho.

A pesquisa, feita pelo especialista Jon Wade, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, e um grupo de colegas, tenta explicar porque a água desapareceu da superfície de Marte pouco tempo depois de sua formação e, por outro lado, continua presente na Terra, gerando condições propicias para a vida.

Segundo esta descoberta, o basalto presente em Marte pode conter mais água que os que existem em nosso planeta, por isso o líquido poderia estar enterrado sob a superfície.

Durante a maior parte do período geológico existiu água na superfície, mas Marte a perdia pouco tempo depois de sua formação.

As pesquisas anteriores revelaram que Marte perdeu grande parte de sua água depois do colapso de seu campo magnético, mas isto não equivaleria à toda a água que falta, diz o estudo.

Wade e sua equipe calcularam os volumes relativos de água que poderiam ser retirados da superfície de cada planeta mediante a reação com a lava para formar uma crosta basáltica.

Os cientistas descobriram que o basalto relativamente rico em ferro encontrado em Marte pode conter cerca de 25% mais água que a rocha do mesmo tipo presente na Terra, e que estas levam a água para o interior de Marte, para o seu manto.

Os autores concluíram que, no início da história geológica da Terra, o planeta contava com uma crosta relativamente dinâmica e gradientes geotérmicos (a taxa de variação da temperatura do interior com a profundidade medida a partir da superfície do planeta) mais fortes que Marte.

Segundo os especialistas, isso impedia que a água ficasse enterrada no manto superior na Terra e continuasse próxima da superfície, favorecendo assim o desenvolvimento da vida.

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