Pesquisadora observa cultura de bactérias na Alemanha (Christian Charisius/AFP/Reprodução)
As infecções de origem bacteriana são a segunda causa de mortes no mundo depois dos problemas cardiovasculares, segundo um vasto estudo publicado nesta terça-feira, 22, que aponta o staphylococcus aureus e o pneumococo como as bactérias mais letais.
Este estudo publicado na revista Lancet selecionou trinta bactérias comumente envolvidas em infecções e avaliou quantas mortes estão associadas a elas.
Esses trabalhos fazem parte do Global Burden of Disease, um enorme programa de pesquisa financiado pela Fundação Bill Gates e com uma abrangência inigualável por ter milhares de cientistas na maioria dos países.
"As mortes associadas a essas bactérias são a segunda principal causa de falecimento no mundo" depois das doenças coronárias, que incluem ataques cardíacos, concluem os autores.
As infecções causaram 7,7 milhões de mortes, o que significa que uma em cada oito mortes pode estar ligada a elas, segundo os dados de 2019, nos quais se baseia o estudo.
Das trinta bactérias estudadas, cinco concentram mais da metade dos casos: staphylococcus aureus, E. coli, pneumococo, Klebsiella pneumoniae e Pseudomonas aeruginosa.
Staphylococcus aureus, espécie mais frequente de estafilococos, é "a principal causa bacteriana de morte em 135 países", diz o estudo.
No entanto, entre crianças menores de cinco anos, as infecções pneumocócicas são as mais letais.
Os pesquisadores enfatizam que as infecções bacterianas são uma "prioridade urgente" na saúde pública e pedem trabalho na prevenção de infecções, melhor uso de antibióticos e uso mais eficaz da vacinação.