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Gripe K: vacina da influenza protege contra nova cepa, diz OMS

Organização afirma que a vacinação é a medida de saúde pública mais eficaz contra a gripe

Gripe K: 1º caso da variante já foi confirmado no Brasil (Guido Mieth/Getty Images)

Gripe K: 1º caso da variante já foi confirmado no Brasil (Guido Mieth/Getty Images)

Maria Eduarda Lameza
Maria Eduarda Lameza

Estagiária de jornalismo

Publicado em 19 de dezembro de 2025 às 06h51.

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O Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que a vacina da influenza protege contra a gripe K, nova cepa da doença. Embora os dados ainda sejam limitados, a OMS diz que, com base nos casos do Reino Unido, a imunização funciona principalmente entre os indivíduos mais vulneráveis.

“Mesmo que existam algumas diferenças genéticas entre os vírus da influenza em circulação e as cepas incluídas nas vacinas, a dose sazonal contra a influenza ainda pode oferecer proteção", diz a OMS. "A vacinação continua sendo uma das medidas de saúde pública mais eficazes.”

De acordo com a organização, a composição atual da vacina indicou ser de 70% a 75% eficaz em prevenir atendimento hospitalar entre crianças de 2 a 17 anos, e 30% a 40% entre adultos.

Hospitais do Reino Unido enfrentam o que autoridades classificam como uma “onda de supergripe sem precedentes”, com mais de 2 mil leitos ocupados e cerca de 70 pacientes em estado crítico.

O que é a gripe K?

A chamada gripe K é uma variação genética do vírus influenza A H3N2, tecnicamente identificada como subclado K, um ramo evolutivo num vírus já conhecido e circulante globalmente.

Essa designação não representa o surgimento de um novo vírus desconhecido, mas sim a detecção de uma linhagem com mutações esperadas da evolução viral.

O influenza A H3N2 tem sido um dos principais responsáveis por epidemias sazonais de gripe desde sua identificação em 1968 e está associado historicamente a temporadas com maior intensidade de casos em comparação com outros tipos de influenza A ou B.

Primeiros casos na América Latina

Em 2025, o subclado K foi identificado em diversas regiões da Europa, América do Norte e partes da Ásia, aumentando os casos respiratórios no inverno do hemisfério norte.

Na América Latina, o primeiro caso confirmado dessa variante foi registrado no México, no dia 12 de dezembro, segundo autoridades sanitárias locais. A identificação ocorreu em um paciente que apresentou sintomas típicos da gripe e respondeu bem ao tratamento antiviral, sem complicações graves. A detecção motivou um alerta da vigilância epidemiológica na região.

No final de novembro, o primeiro caso no Brasil foi identificado. Uma amostra analisada pelo Laboratório Central do Estado do Pará (Lacen-PA) e pelo Laboratório de Vírus Respiratórios, Exantemáticos, Enterovírus e Emergências Virais do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) confirmou que o caso se tratava da nova linhagem.

A amostra foi coletada de uma paciente do sexo feminino, adulta e estrangeira, oriunda das ilhas Fiji. Por isso, o caso foi classificado como importado, sem evidências até o momento de transmissão local no país.

Sintomas, riscos e quadro clínico

Os sintomas da gripe K são semelhantes aos de outras infecções por influenza, como:

  • febre de início súbito;
  • tosse;
  • dor de cabeça;
  • dores musculares e articulares;
  • dor de garganta.

Esses sintomas podem ser leves ou evoluir para um quadro mais grave, especialmente em populações vulneráveis como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com comorbidades, que têm maior risco de complicações respiratórias e hospitalização.

Até o momento, não há indício que a gripe K tenha um impacto mais severo em comparação com outras variantes H3N2 já existentes.

Temporadas dominadas por vírus H3N2 tendem a apresentar mais casos e hospitalizações, causando um impacto maior nos sistemas de saúde por conta da maior transmissibilidade.

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