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'Geleira do fim do mundo' pode colapsar em breve; entenda

A geleira tem uma área maior quer o país Suriname, com cerca de 160 km de extensão

O recuo é o dobro do que os cientistas comprovaram desde 2010 (Pixabay/Reprodução)
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Luiza Vilela

Publicado em 11 de setembro de 2022 às 14h29.

Uma das maiores geleiras do planeta está arriscada de colapsar em um futuro próximo. Trata-se da Thwaites, localizada na Antártida Ocidental, apelidada " Geleira do Apocalipse ", ou "Geleira do Juízo Final". E não sem motivo: se derreter, será capaz de aumentar o nível dos oceanos a ponto de engolir cidades costeiras.

Para se ter ideia, a geleira tem uma área maior quer o país Suriname, com cerca de 160 km de extensão, sendo o "braço", um estreito de gelo acoplado a ela, com mais 60 km.

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O derretimento da Thwaites, no entanto, está longe de ser repentino. Ano após ano ela perde alguns metros de extensão em decorrência do aquecimento global. A diferença é que, entre os novos estudos sobre o tema — um deles publicado na revista Nature Geoscience —, há um dado mais chocante: a "Geleira do Apocalipse" atingiu um recuo de 2,1km por ano, uma velocidade muito mais alta do que o comum.

O recuo, inclusive, é o dobro do que os cientistas comprovaram desde 2010.

Uma mudança drástica em um futuro não tão distante

A velocidade de derretimento da Thwaites implica em algumas mudanças climáticas expressivas. Além do aumento do nível dos oceanos, ela também revela o avanço do aquecimento global do planeta. As consequências da mudança estão para acontecer rápido. Na verdade, em alguns meses.

De acordo com o estudo publicado na Nature Geoscience, uma das cordilheiras mais próximas da Thwaites está se desprendendo e, se sua parte submersa — que a fixa no fundo do oceano — de fato colapsar, os efeitos serão perceptíveis em poucos meses. A água mais quente inclusive já criou buracos e contribui para que a geleira perca território mais rápido.

Se de fato Thwaites colapsar, mais de 40% da população em todo o mundo — dados da ONU para habitação costeira — deve sofrer consequências diretas nas marés. A estimativa dos cientistas é que o nível do mar suba até três metros caso a geleira de fato se desprenda.

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