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EUA permite uso emergencial de 30 milhões de doses da polêmica cloroquina

Com indícios de ser eficaz contra coronavírus, droga ainda não foi autorizada oficialmente no país; no Brasil, a venda é restrita

Cloroquina: droga pode ter sucesso no combate ao coronavírus (Gustavo Graf/Reuters)

Victor Sena

Publicado em 30 de março de 2020 às 08h15.

Última atualização em 31 de março de 2020 às 01h40.

A Food and Drug Administration (FDA), agência que regulamenta os medicamentos nos Estados Unidos, autorizou o uso limitado em caráter de emergência da cloroquina e da hidroxicloroquina para tratar o coronavírus casos de coronavírus no país. Com indícios de ser eficaz contra a covid-19, a droga ainda está em testes no país.

De acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, 30 mihões de doses das substâncias foram doadas pelas farmacêuticas Buyer e Novartis ao estoque do governo americano.

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Em um comunicado divulgado em seu site, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos informa que, quando o uso emergencial de uma droga é apropriada, o FDA pode permitir o uso de emergência para facilitar o acesso a substâncias ainda não aprovadas para responder a ameças "químicas, biológicas, ameaças radiológicas e nucleares".

O documento afirma que a FDA permitiu que "sejam distribuídos e prescritos pelos médicos para pacientes adolescentes e adultos hospitalizados com COVID-19, de maneira apropriada, quando um ensaio clínico não está disponível ou é viável".

Trump disse na semana passada que os dois medicamentos poderiam ser um "presente de Deus", mas os cientistas alertaram para os perigos de exagerar os tratamentos que não foram comprovados.

Vários cientistas, incluindo Anthony Fauci, o principal especialista de doenças infecciosas do país, pediram à população que tenha cautela até que os testes clínicos validem estudos mais minuciosos.

Dois organismos médicos dos Estados Unidos, os Institutos Nacionais de Saúde e a Autoridade de Pesquisa e Desenvolvimento Biomédico Avançado, estão trabalhando em testes clínicos.

Algumas pessoas na comunidade científica temem que o respaldo que o presidente Donald Trump tem dados aos medicamentos possa criar uma escassez para os pacientes que necessitam de cloroquina e hidroxicloroquina para tratar o lúpus e a artrite reumatoide, doenças para as quais ambos estão aprovados.

Estados Unidos registram mais de 140.000 casos do novo coronavírus e 2.489 mortes, segundo um balanço da Universidade Johns Hopkins.

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