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Círculos semelhantes a Stonehenge são encontrados no Acre

Com a ajuda de drones, cientistas identificaram ao menos 450 geoglifos na floresta Amazônica

Pesquisadores também encontraram vestígios de geoglifos na Floresta Amazônica (Salman Kahn and José Iriarte / Exeter University/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 9 de fevereiro de 2017 às 10h09.

Os misteriosos círculos de pedra, encontrados em Wiltshire, na Inglaterra, intrigam arqueólogos há séculos. Stonehenge começou a ser construído por volta de 3.000 a.C. por homens pré-históricos do período neolítico – também conhecido como Idade da Pedra Polida. Mas, até hoje, cientistas questionam a função dessas ruínas.

Apesar de famoso, o monumento não é único. Uma característica muito peculiar da construção são os círculos que a delimitam. Eles têm em torno de 98 metros de diâmetro e seriam uma espécie de fosso. E inúmeros círculos semelhantes já foram descobertos pelo mundo – inclusive no Brasil, no interior do Amapá.

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Desta vez, porém, pesquisadores encontraram vestígios na Floresta Amazônica . E não é apenas um, mas 450 círculos! As imagens foram feitas com a ajuda de drones e mostram geoglifos [desenhos feitos na terra] na região oeste da Amazônia – área que, durante séculos, ficou escondida pelas árvores.

Desmatamento moderno revelou centenas de círculos no oeste da Amazônia brasileira (Salman Kahn and José Iriarte / Exeter University/Divulgação)

Segundo o estudo, conduzido pela arqueóloga Jennifer Watling, da Universidade de Exeter, as formas são parecidas com a de Stonehenge, embora sejam mais regulares. Em entrevista ao Telegraph, Watling explicou que o formato dos geoglifos, com uma vala externa, descreve estrutura semelhante ao monumento. “É provável que fossem usados para reuniões públicas ou para rituais.”

Stonehenge é cerca de 2.500 anos mais velho do que os geoglifos brasileiros, mas todos devem representar o mesmo período no desenvolvimento social. Pesquisadores também descartaram a possibilidade de os cercos representarem fronteiras de aldeias indígenas, uma vez que não foram encontrados artefatos do tipo durante a escavação.

Os membros da equipe utilizaram técnicas que permitiram reconstruir 6.000 anos de história da vegetação em torno de dois sítios, e descobriram que as áreas foram alteradas inúmeras vezes.

A descoberta, publicada na revista Proceedings da National Academy of Sciences, questiona a suposição de que a floresta tropical permaneceu intocada até a chegada da civilização moderna. “A região ficou escondida por muitos séculos por uma floresta madura e isso desafia a ideia de que a Amazônia é um ecossistema imaculado”, acrescentou Watling.

Este conteúdo foi originalmente publicado na Superinteressante.

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