Ciência

Cientistas chineses desenvolvem papel resistente ao fogo e à água

A previsão é que a invenção esteja no mercado nos próximos três anos e seja comercializado pelo mesmo preço que uma folha de sulfite

Para tornar o papel mais resistente, os pesquisadores mudaram a sua composição (Reprodução)

Para tornar o papel mais resistente, os pesquisadores mudaram a sua composição (Reprodução)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de janeiro de 2017 às 14h23.

Vem aí: mais um produto made in China. Há 2 mil anos, o chinês T’sai Lun fez uma mistura umedecida com cânhamo, casca de amoreira, trapos de roupa e outros itens com fibras vegetais. A pasta, peneirada e seca, deu origem ao papel que conhecemos hoje.

Não satisfeitos, cientistas chineses resolveram aprimorar a invenção. Uma equipe de pesquisa do Instituto de Cerâmica de Xangai desenvolveu o que acreditam ser o primeiro papel resistente ao fogo e à prova de água do mundo.

Sabe quando você derruba uma bebida em cima de documentos e se desespera por ter destruído tudo? Isso não vai ser mais um problema. Essa nova papel não mancha – uma vez que ele não absorve pigmentos de líquidos como chá ou café.

Vale também um aviso: se quiser escrever algo confidencial (que, eventualmente, precise ser queimado), não use esse papel. Ele suporta um calor de até 200 °C!

O arquivo ficou empoeirado? É só limpar com pano molhado. Segundo o professor Zhu Yingjie, um dos líderes do estudo, o processo de limpeza não compromete o conteúdo e não mancha o que está escrito nele.

Para tornar o papel mais resistente, os pesquisadores mudaram a sua composição. No lugar das fibras vegetais, foram utilizados nanofios de hidroxiapatita – cálcio encontrado em ossos e dentes.

O projeto do “super papel” está em desenvolvimento desde 2008 e, neste ano, deve entrar na fase da patente. A ideia é que essa nova tecnologia esteja disponível no mercado nos próximos três anos.

A boa notícia é que, apesar de parecer “high-tech”, o custo de produção não deve ser muito mais alto do que a do papel comum e o preço final pode ser até reduzido se o produto for fabricado em massa.

Agora, é esperar para ver esse novo negócio da China.

Este conteúdo foi originalmente publicado na Superinteressante.

Acompanhe tudo sobre:ChinaMadeiraPesquisas científicas

Mais de Ciência

Cientistas constatam 'tempo negativo' em experimentos quânticos

Missões para a Lua, Marte e Mercúrio: veja destaques na exploração espacial em 2024

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora