China terá primeiro "aeroporto" de aves migratórias do mundo
Algumas aves chegam a percorrer 11 mil km durante 10 dias sem comida ou água, mas este projeto pretende dar uma ajudinha
Vanessa Barbosa
Publicado em 21 de fevereiro de 2017 às 16h43.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2017 às 16h46.
São Paulo - Todos os anos, centenas de milhares de aves atravessam continentes em busca de um lugar com boas condições para reprodução ou simplesmente mais agradável, longe da severidade do inverno. A rota leste asiático-australiana é uma das mais importantes para aves migratórias aquáticas e também uma das mais ameaçadas do mundo.
Atravessando mais de 20 países, da Nova Zelândia ao Alasca, e cobrindo a maior parte do leste asiático e oeste do Pacífico, ela sofre com a perda de habitats para o avanço de cidades e com a fragmentação dos seus ecossistemas naturais, que servem de apoio para as aves migratórias.
A vida no céu é difícil—algumas aves chegam a percorrer 11 mil km durante 10 dias sem comida ou água. Em uma tentativa de aumentar o habitat desses animais , a província de Tianjin, na China , com financiamento do Banco Asiático de Desenvolvimento, vai construir o primeiro "aeroporto" para aves migratórias do mundo, no Mar Amarelo.
A região lançou um concurso de design internacional para escolher um projeto bem especial. Na proposta vencedora, do escritório McGregor Coxall, o Santuário de Aves de Lingang reproduz as condições ambientais ideais para atrair e oferecer refúgio para várias espécies de aves ameaçadas de extinção.
Abrangendo 600 mil metros quadrados (m²), a paisagem será projetada especificamente para suportar as necessidades de mais de cinquenta espécies de pássaros em três habitats litorâneos diferentes, que incluem um lago com corredeiras suaves e manguezais.
O local contará ainda com uma floresta de 20 mil m² e um centro de visitantes e pesquisa de 3.500 m² chamado Pavilhão da Água, além de 7 quilômetros de trilhas para recreação.
Espera-se que a construção comece no final de 2017 e seja concluída até 2018.