Cães são mais expressivos quando um humano olha
Expressão facial de cães depende de contato visual com humano e é tentativa de comunicação e não sinal de excitação
Victor Caputo
Publicado em 22 de outubro de 2017 às 08h00.
Última atualização em 22 de outubro de 2017 às 08h00.
São Paulo – Acha seu cão bastante expressivo? Um estudo da Universidade de Portsmouth afirma que eles são mais expressivos quando um humano está olhando. As expressões, afirma o estudo, são uma forma de comunicação entre os animais e pessoas.
Pela primeira vez, um estudo encontra evidências claras de que os animais podem expressar por meio da face emoções em resposta a atenção de humanos. O estudo foi publicado no periódico científico Scientific Report.
O trabalho dos cientistas envolveu provar que as expressões não são geradas simplesmente por animação, mas, sim, com o objetivo de comunicação. Expressões faciais não foram vistas, por exemplo, depois que os animais avistaram comidas.
“Agora temos confiança de que a produção de expressões faciais feitas por cães depende de atenção por parte de sua audiência e não é somente resultado de excitação”, diz Juliane Kaminski, líder do estudo, em comunicado.
“As descobertas dão suporte a evidências de que os cães são sensíveis a atenção humana e que expressões são tentativas ativas de comunicação, não somente exibições de emoção.”
Duas expressões bastante conhecidas por humanos se destacaram no estudo. A primeira é a língua pendurada para fora da boca. A segunda é a clássica levantada de sobrancelhas, que pode derreter o coração de alguns.
O estudo sugere algo que amantes de cães já acreditavam. O contato visual entre o humano e o animal é essencial para que haja a formação de expressões faciais.
O estudo debate se essa forma de comunicação vem por conta da domesticação dos cães.
“Cães domésticos têm uma história única – eles vivem ao lado de humanos há mais de 30 mil anos e durante esse tempo a pressão por seleção parece ter atuado na habilidade dos cães de se comunicar conosco”, diz Kaminski.
O estudo está disponível para leitura do site da Nature .