Ciência

Butantan revisa projeção e prevê ButanVac apta a autorização em setembro

Quando a ButanVac foi anunciada, no final de março, o presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmou que ela poderia estar disponível para aplicação na população em julho

ButanVac: a vacina será totalmente produzida no país, sem necessidade de insumos importados (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

ButanVac: a vacina será totalmente produzida no país, sem necessidade de insumos importados (Governo do Estado de São Paulo/Flickr)

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Reuters

Publicado em 23 de abril de 2021 às 15h12.

Última atualização em 23 de abril de 2021 às 15h19.

O Instituto Butantan reviu nesta sexta-feira sua estimativa para que a ButanVac, vacina contra covid-19 que está desenvolvendo, esteja disponível para aplicação e agora estima que o potencial imunizante poderá estar apto a um pedido de autorização emergencial junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro.

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Quando a ButanVac foi anunciada, no final de março, o presidente do Butantan, Dimas Covas, afirmou que ela poderia estar disponível para aplicação na população em julho, prazo que foi visto com ceticismo por especialistas ouvidos pela Reuters na ocasião.

Em entrevista coletiva nesta sexta no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista ao qual o Butantan é vinculado, Covas disse que o instituto entregou nesta manhã à Anvisa o protocolo do estudo clínico da ButanVac, feito com base em uma tecnologia criada nos Estados Unidos, e aguarda o aval do órgão regulador para iniciar os estudos.

"O estudo clínico durará 20 semanas", disse Covas, afirmando que, a partir da 16ª semana do estudo, o equivalente a quatro meses, será possível ter dados para pedir autorização para uso emergencial.

"Se você projetar isso no tempo, nós estamos falando de setembro, uma data possível de obtenção de autorização para uso emergencial. Obviamente que isso não depende do Butantan. O Butantan tem sob sua responsabilidade realizar os estudos e produzir a vacina", acrescentou.

Covas disse que o tipo de estudo clínico que será feito com a ButanVac é de comparabilidade, e não um modelo clássico como o de outras vacinas, incluindo a Coronavac, do laboratório chinês Sinovac e que foi testada no Brasil pelo Butantan.

"Como já existem vacinas sendo aplicadas, a ideia por trás do estudo é comparar a resposta de segurança e de imunogenicidade dessa nova vacina com as demais, e com isso demonstrar sua eficiência", disse, acrescentando esperar uma rápida autorização da Anvisa para o início dos testes.

A ButanVac será totalmente produzida no país, sem necessidade de insumos importados. Os estudos serão feitos com 1.800 voluntários nas Fases 1 e 2 e, na Fase 3, contarão com 9.000 pessoas. Covas disse que o público-alvo será a população com mais de 18 anos, incluindo os que já se vacinaram e os que já tiveram covid-19.

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