Ciência

Blue Origin anuncia planos de lançar uma estação espacial privada

O projeto prevê capacidade para acomodar até dez pessoas na segunda metade da década

O módulo central do Orbital Reef em uma ilustração artística divulgada pela Blue Origin (Divulgação/AFP)

O módulo central do Orbital Reef em uma ilustração artística divulgada pela Blue Origin (Divulgação/AFP)

A Blue Origin, empresa de Jeff Bezos, anunciou nesta segunda-feira, 25, que planeja lançar uma estação espacial que terá capacidade para acomodar até dez pessoas na segunda metade da década, à medida que a corrida comercial pelo espaço se acelera.

A "Orbital Reef", descrita em um comunicado à imprensa como um parque empresarial de uso misto no espaço que apoiará a pesquisa e a fabricação na microgravidade, parte de uma fusão com a empresa espacial Sierra Space, e conta com apoio da Boeing e da Universidade Estadual do Arizona.

"Por mais de 60 anos, a Nasa e outras agências espaciais desenvolveram voos espaciais orbitais e a habitabilidade do espaço, preparando o terreno para o início dos negócios comerciais nesta década", disse Brent Sherwood, executivo da Blue Origin.

"Vamos ampliar o acesso, reduzir o custo e fornecer todos os serviços e comodidades necessários para normalizar o voo espacial."

O posto privado é mais um dos vários planejados para os próximos anos, enquanto a Nasa avalia o futuro da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) após esta década.

A agência espacial tem um contrato com uma companhia chamada Axiom para desenvolver uma estação espacial que inicialmente se acoplará à ISS e depois voará livremente.

Na semana passada, a empresa de serviços espaciais Nanoracks, em colaboração com a Voyager Space e a Lockheed Martin, anunciou que está planejando uma estação espacial que iniciará suas operações em 2027, a Starlab.

De acordo com a Blue Origin, a Orbital Reef voará a uma altitude de 500 quilômetros, um pouco acima da ISS, e seus habitantes terão 32 amanheceres e entardeceres diários.

Poderá acomodar dez pessoas em 830 metros cúbicos, um volume um pouco menor que o da ISS, em módulos futurísticos com grandes janelas.

A ISS foi concluída em 2011 e tem sido um símbolo da cooperação entre os Estados Unidos e a Rússia no espaço, mas Moscou ultimamente tem sido evasiva quanto ao futuro da parceria.

Hoje é considerada segura até 2028 e seu novo administrador, Bill Nelson, afirmou que espera que dure até 2030, momento em que a Nasa acredita que o setor comercial terá avançado o suficiente para substituí-la.

Atualmente, a Blue Origin só é capaz de voar no espaço suborbital com seu foguete New Shepard.

Outros projetos da empresa incluem o New Glenn, um foguete que pode colocar cargas e pessoas em órbita, e um módulo de pouso lunar, apesar de ter perdido o contrato lunar para a rival SpaceX e estar processando a Nasa para tentar reverter a decisão.

Bezos, o segundo homem mais rico do mundo graças à Amazon, fundou a Blue Origin em 2000 com a pretensão de um dia criar colônias flutuantes no espaço, com gravidade artificial, onde milhões de pessoas possam viver e trabalhar, liberando a Terra da poluição.

Essas colônias seriam baseadas em um projeto de Gerard O'Neill, professor de física de Bezos em Princeton.

Acompanhe tudo sobre:Blue OriginEspaço

Mais de Ciência

Cientistas revelam o mapa mais detalhado já feito do fundo do mar; veja a imagem

Superexplosões solares podem ocorrer a cada século – e a próxima pode ser devastadora

Pepita rara foi usada como peso de porta por décadas até donos se surpreenderem com valor milionário

Astronautas da China batem recorde dos EUA em caminhada espacial