Ciência

Baleia assassina criou estratégia para caçar maior peixe do mundo, diz estudo

Cientistas descobriram a estratégia das orcas ao observar imagens e vídeos delas se alimentando de tubarões-baleia, que chegam até 18 metros

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 26 de novembro de 2024 às 20h02.

Última atualização em 26 de novembro de 2024 às 20h17.

As orcas, conhecidas popularmente como "baleias assassinas", criaram uma nova estratégia para caçar e matar o maior peixe do mundo, segundo um estudo publicado na Frontiers in Marine Science.

Os cientistas descobriram a estratégia das orcas ao observar imagens e vídeos delas se alimentando de tubarões-baleia, que chegam até 18 metros.

A orca, para isso, mirava na área pélvica dos tubarões-baleia, focando diretamente em suas nadadeiras pélvicas e clásperes (órgãos reprodutores dos machos). Assustados, os tubarões-baleia viravam de barriga para cima, o que facilitava o ataque, já que a área é a menos protegida do peixe, com poucos músculos e cartilagem.

"Em todos os eventos observados, as orcas demonstraram uma abordagem aparentemente colaborativa para caçar e matar tubarões-baleia, caracterizada pelo ataque à região pélvica (clasperes e nadadeiras pélvicas), o que leva à exsanguinação da presa e permite acesso ao fígado rico em lipídios", explicam os pesquisadores.

Segundo os biólogos, a identificação fotográfica das orcas revelou que um macho adulto, apelidado de "Moctezuma", esteve envolvido em três dos quatro eventos estudados, enquanto as fêmeas presentes no quarto caso já foram vistas com ele.

Uma das hipóteses dos pesquisadores é a de que existe um possível grupo especializado de orcas caçadoras de tubarões-baleia no Golfo da Califórnia.

Baleia-assassina não é baleia

A orca, na verdade, não é uma baleia, sendo considerada um topo de golfinho. Segundo um artigo da Universidade de São Paulo (USP), a confusão acontece porque as pessoas utilizam o termo "baleia" para identificar animais aquáticos de grande porte.

Marcos César de Oliveira Santos, pesquisador do Instituto Oceanográfico (IO) da USP, disse que, na ciência, "o tamanho não é uma característica adequada para classificar os organismos em grupos".

"As baleias — tecnicamente chamadas de cetáceos misticetos — possuem barbatanas ou cerdas bucais para capturar o alimento. Já os golfinhos, nomeados cetáceos odontocetos, possuem dentes. Como as orcas portam essa característica, pertencem ao grupo dos golfinhos", explica o artigo.

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