Ciência

Asteroide do tamanho de uma casa passará (muito) perto da Terra

2012 TC4 cruzará os céus a 1/8 da distância entre a Terra e a Lua – mas não seremos atingidos. Aproximação servirá para testar sistemas de defesa planetária

Asteroide: depois desse breve “olá” aos terráqueos, 2012 TC4 passará por aqui de novo em 2050 (NASA/Reprodução/Reprodução)

Asteroide: depois desse breve “olá” aos terráqueos, 2012 TC4 passará por aqui de novo em 2050 (NASA/Reprodução/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de outubro de 2017 às 17h59.

Para os funcionários da Nasa, o presente de Dia das Crianças será um longo plantão, com a cara enfiada no telescópio.

No feriado de quinta-feira (12), o asteroide 2012 TC4, com algo entre 15 e 30 metros de diâmetro, passará a 43,5 mil quilômetros da Terra.

Isso é um oitavo da distância que nos separa da Lua – o que parece muito na escala humana, mas na escala cósmica é o equivalente a um motoqueiro passar no vão entre um ônibus e um carro sem atingir nenhum dos dois.

Apesar da “fina” de tirar o fôlego, 2012 TC4 não vai nos atingir – e também não vai interferir nas trajetórias de centenas de satélites artificiais geoestacionários, que, via de regra, orbitam o planeta a 36 mil quilômetros de altitude, mantendo sempre a mesma posição em relação à superfície terrestre.

Quem garante é Michael Kelley, da Nasa, que está de olho em 2012 TC4 há dois meses, e já fez todos os cálculos de trajetória possíveis.

“Nós temos informações muito precisas sobre sua posição, o que permite cálculos muito precisos sobre sua órbita. Não há perigo, nem para os satélites”, afirmou à imprensa.

Ele e sua equipe estão aproveitando a conveniente aproximação da rocha para fazer uma simulação – e verificar se nossas estratégias de defesa planetária estão em dia.

Vale lembrar que, em 15 fevereiro de 2013, um objeto com as mesmas dimensões de 2012 TC4 não foi detectado com antecedência e atingiu de surpresa os arredores da cidade de Cheliabinsk, na Rússia.

O impacto foi pequeno, bem abaixo dos padrões de filmes apocalípticos – mas já foi suficiente para deixar mais de 400 feridos, além de quebrar vidraças, disparar alarmes de carros e interferir no funcionamento de telefones celulares. 

Isso é consequência do fato de que é impossível ficar de olho no céu inteiro ao mesmo tempo. Lindley Johnson, chefe de defesa planetária da Nasa, explicou à SUPER em entrevista: “hoje não há, aparentemente, nada em órbita que possa atingir a Terra. Essa é a notícia boa. A ruim é que nós só enxergamos 30% dos asteroides. Há muita coisa lá fora, mas, felizmente, o espaço é um lugar muito grande também.”

Depois desse breve “olá” aos terráqueos, 2012 TC4 passará por aqui de novo em 2050 – quando, as contas já revelaram, também não causará um acidente.

Sua terceira visita está agendada para 2079, e tudo indica que, nessa ocasião, as chances de impacto serão um pouco maiores. Mas até lá ainda tem muito chão, então não esquente a cabeça com isso – nem espalhe notícias falsas por WhatsApp.

Este conteúdo foi publicado originalmente no site da Superinteressante.

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