Universo: ambiente que abriga tudo o que existe pode ter um formato bem diferente do teorizado até o momento (NASA/Divulgação)
Rodrigo Loureiro
Publicado em 15 de novembro de 2019 às 05h55.
Última atualização em 15 de novembro de 2019 às 06h55.
São Paulo – Se a discussão sobre a origem do Universo já se tornou repetitiva, um novo debate agora questiona sobre o formato que essa estrutura espacial que abriga todos as galáxias, sistemas, planetas e estrelas. Com base em dados coletados, a Agência Espacial Europeia está sugerindo que o universo pode ter formato esférico, tal qual um planeta.
A discussão nasceu a partir das informações coletadas pelo telescópio espacial Planck. O equipamento é utilizado para realizar medições e análises das micro-ondas de radiação cósmica remanescentes da teoria da expansão interestelar causada pelo Big Bang.
O problema é que essa discussão está gerando o que está sendo chamado de crise cosmológica. Durante décadas, cientistas e pesquisadores da área trabalham com a hipótese que o universo seria plano e aberto, tornando-se infinito.
Nas discussões encabeçadas pela ESA e que surgiram após a ocorrência de um efeito cósmico chamado de “microlente gravitacional”, que provoca distorções no tecido do espaço-tempo, o Universo pode ser esférico e, com isso, fechado. Neste caso, em algum momento que poderia levar bilhões de anos, um objeto lançado ao espaço poderia retornar ao mesmo ponto que partiu.
Por ora, as discussões ainda se baseiam em poucas informações coletadas sobre o real formato do Universo. De certo é que, a partir de agora, não será apenas o formato da Terra o tema de debates que vão ocorrer em salas de reunião lotadas de cientistas ou em mesas de bar espalhadas pelo mundo.