Ciência

Arqueólogos anunciam a descoberta de uma misteriosa 'cidade subterrânea' sob as pirâmides do Egito

Por meio da tecnologia de radar, os pesquisadores dizem ter encontrado poços cilíndricos de 640 metros de profundidade e duas câmaras

Cidade Subterrânea: pesquisadores encontram estruturas complexas sob as Pirâmides de Gizé (Leandro Fonseca/Exame)

Cidade Subterrânea: pesquisadores encontram estruturas complexas sob as Pirâmides de Gizé (Leandro Fonseca/Exame)

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 24 de março de 2025 às 11h45.

Última atualização em 26 de março de 2025 às 22h34.

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Pesquisadores da Itália e da Escócia revelaram recentemente ter descoberto uma extensa cidade subterrânea sob as Pirâmides de Gizé, estendendo-se por mais de 1.980 metros. A equipe mapeou a estrutura usando radares, revelando uma complexa rede oculta sob o famoso sítio arqueológico.

De acordo com a porta-voz do projeto, Nicole Ciccolo, foram identificadas várias formações impressionantes, incluindo oito grandes pilares enterrados sob a base da Pirâmide de Quéfren. No entanto, o estudo ainda não passou por revisão de especialistas independentes.

Além disso, os pesquisadores encontraram poços cilíndricos de 640 metros de profundidade, cercados por caminhos em espiral que levam a duas enormes câmaras cúbicas, cada uma medindo cerca de 80 metros.

"Este estudo redefine os limites da análise de dados via satélite e da exploração arqueológica", afirmou Ciccolo em coletiva de imprensa.

Para conduzir o estudo, os cientistas empregaram pulsos de radar para gerar imagens de alta resolução do subsolo, utilizando uma técnica semelhante ao sonar usado na exploração oceânica.

A pesquisa também sugere que as três pirâmides estão interligadas por um sistema subterrâneo de câmaras e passagens, acessíveis por diferentes pontos sob as estruturas.

Nicole Ciccolo, porta-voz do projeto, especula que esses espaços ocultos possam estar alinhados com as lendárias “Salas de Amenti”, um domínio mítico da tradição egípcia antiga. "Essas descobertas podem redefinir nossa compreensão da topografia sagrada de Gizé", acrescentou.

Controvérsias

A descoberta, no entanto, gerou debates entre especialistas. O professor Lawrence Conyers, da Universidade do Arizona e especialista em tecnologia arqueológica, questionou a viabilidade das afirmações em entrevista ao jornal britânico Daily Mail. De acordo com o especialista, as ferramentas atuais não seriam capazes de capturar imagens precisas em profundidades tão extremas, classificando as alegações como “um grande exagero”.

Apesar do ceticismo, Conyers reconheceu que estruturas menores, como câmaras subterrâneas, poderiam ter existido na região antes da construção das pirâmides, dado seu significado espiritual para civilizações antigas. No entanto, ele enfatizou que apenas escavações direcionadas poderiam confirmar a existência dessas formações.

O renomado egiptólogo Zahi Hawass, ex-ministro do Turismo e Antiguidades do Egito, também criticou a pesquisa em uma publicação feita em seu perfil oficial no Facebook neste sábado, afirmando que o estudo foi conduzido "por um grupo de amadores".

"Toda esta informação está completamente errada e não tem qualquer base científica. Além disso, o Ministério do Turismo e Antiguidades não deu permissão a nenhum indivíduo ou instituições para trabalhar dentro ou fora da segunda pirâmide", escreveu o especialista. "Além disso, a alegação de que um radar foi usado dentro da pirâmide é falsa."

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