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Um cirurgião craque na recuperação de astros do futebol

José Noronha é especialista em lesões no joelho, e idealizou um novo tipo de operação que traz menos riscos e favorece uma recuperação rápida

O cirurgião português José Noronha se prepara para mais uma cirurgia: são muitas as personalidades que já passaram pelas mãos dele (Francisco Leong/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2014 às 11h24.

Porto - Falcao, Pepe, Lucho, Bebê... São muitas as personalidades do futebol que já passaram pelas mãos do cirurgião português José Noronha, um especialista em lesões no joelho, e que idealizou um novo tipo de operação.

A princípio, sua cirurgia traz menos riscos e favorece uma recuperação rápida do esportista, o que fez disparar o seu prestígio.

"Sem ele, certamente precisaria me aposentar há tempos", admite Cesar Peixoto, ex-internacional português que foi operado duas vezes pelo doutor Noronha após o rompimento do ligamento cruzado anterior em 2003.

Esta é a lesão mais temida por um jogador, pois implica em muitos meses de recuperação e, em alguns casos, antecipa a aposentadoria.

Em caso de rompimento total do ligamento que une o fêmur à tíbia, os esportistas devem se submeter, na maior parte dos casos, a uma intervenção cirúrgica para a reconstrução deste tecido, indispensável para a estabilidade do joelho.

O doutor Noronha, de 60 anos, realiza todas as segundas-feiras uma série de cirurgias deste tipo no Hospital privado da Trindade, no Porto. Ele realiza umas cem ao ano.

Depois de colocar a máscara que cobre sua boca e nariz, o cirurgião, concentrado, se inclina sobre o joelho do paciente, que dorme, com anestesia geral. A operação dura apenas meia hora e é realizada com a ajuda de um monitor de televisão, que exige as imagens de uma câmera introduzida no joelho do paciente com microincisões.

O caso urgente de Falcao

Com uma mão, ele seguida um tubo óptico para iluminação, enquanto com a outra, manipula os instrumentos médicos. Com um gesto preciso, ele extrai um tendão da parte lateral do joelho, que em seguida introduz no dentro da articulação, no lugar do ligamento rompido ou estirado.

"Há vários tipos de transplantes, mas o que eu pratico mais frequentemente nos atletas de alto nível é o do tendão da rótula, que está situado na parte da frente do joelho", explicou o especialista.


No final de janeiro, com esta técnica, ele precisou operar o internacional colombiano Radamel Falcao, que rompeu um ligamento do joelho esquerdo em jogo com o seu clube, o Mônaco.

"Acho que um dos segredos para uma recuperação rápida é o lugar onde se coloca o transplante. Tem que estar unido à base do ligamento afetado", diz.

A ruptura de ligamentos do joelho é considerada traumática pelos jogadores devido à sua gravidade.

"Nunca vou esquecer do dia em que aconteceu comigo", conta Cesar Peixoto. "Foi em Marselha, em 2003, durante partida da Liga dos Campeões, quando jogava no Porto. Pouco depois dos 60 minutos, senti uma ruptura", conta o jogador.

Tive, então, que deixar o campo e, após um exame rápido, foi diagnosticada sem sombra de dúvidas a temida ruptura do ligamento cruzado anterior. A operação era obrigatória e a angústia tomou conta do atleta.

O "Cristiano Ronaldo dos joelhos"

"Há dez anos, isto costumava ser o final de uma carreira", diz o jogador, atualmente no Gil Vicente, da primeira divisão portuguesa.

O Porto decidiu, naquele momento, recorrer a José Noronha, que cuidou, pela primeira vez, de um esportista conhecido. Seis meses depois, Peixoto estava recuperado para voltar à competição.

Desde esse êxito, o cirurgião soube conquistar a confiança do mundo do futebol e começou a trabalhar com o Porto e com a agência Gestifute, que gerencia a carreira de muitos jogadores, entre eles o Bola de Ouro Cristiano Ronaldo, que já consultou Noronha para diferentes tratamentos.

"Ter trabalhado no mundo do futebol me deu notoriedade", admite com alguma modéstia o doutor Noronha, que também se diz um apaixonado pelo futebol.

"Por algum motivo o chamam de Messi ou Cristiano Ronaldo dos joelhos", afirma Peixoto.

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A princípio, sua cirurgia traz menos riscos e favorece uma recuperação rápida do esportista, o que fez disparar o seu prestígio.

"Sem ele, certamente precisaria me aposentar há tempos", admite Cesar Peixoto, ex-internacional português que foi operado duas vezes pelo doutor Noronha após o rompimento do ligamento cruzado anterior em 2003.

Esta é a lesão mais temida por um jogador, pois implica em muitos meses de recuperação e, em alguns casos, antecipa a aposentadoria.

Em caso de rompimento total do ligamento que une o fêmur à tíbia, os esportistas devem se submeter, na maior parte dos casos, a uma intervenção cirúrgica para a reconstrução deste tecido, indispensável para a estabilidade do joelho.

O doutor Noronha, de 60 anos, realiza todas as segundas-feiras uma série de cirurgias deste tipo no Hospital privado da Trindade, no Porto. Ele realiza umas cem ao ano.

Depois de colocar a máscara que cobre sua boca e nariz, o cirurgião, concentrado, se inclina sobre o joelho do paciente, que dorme, com anestesia geral. A operação dura apenas meia hora e é realizada com a ajuda de um monitor de televisão, que exige as imagens de uma câmera introduzida no joelho do paciente com microincisões.

O caso urgente de Falcao

Com uma mão, ele seguida um tubo óptico para iluminação, enquanto com a outra, manipula os instrumentos médicos. Com um gesto preciso, ele extrai um tendão da parte lateral do joelho, que em seguida introduz no dentro da articulação, no lugar do ligamento rompido ou estirado.

"Há vários tipos de transplantes, mas o que eu pratico mais frequentemente nos atletas de alto nível é o do tendão da rótula, que está situado na parte da frente do joelho", explicou o especialista.


No final de janeiro, com esta técnica, ele precisou operar o internacional colombiano Radamel Falcao, que rompeu um ligamento do joelho esquerdo em jogo com o seu clube, o Mônaco.

"Acho que um dos segredos para uma recuperação rápida é o lugar onde se coloca o transplante. Tem que estar unido à base do ligamento afetado", diz.

A ruptura de ligamentos do joelho é considerada traumática pelos jogadores devido à sua gravidade.

"Nunca vou esquecer do dia em que aconteceu comigo", conta Cesar Peixoto. "Foi em Marselha, em 2003, durante partida da Liga dos Campeões, quando jogava no Porto. Pouco depois dos 60 minutos, senti uma ruptura", conta o jogador.

Tive, então, que deixar o campo e, após um exame rápido, foi diagnosticada sem sombra de dúvidas a temida ruptura do ligamento cruzado anterior. A operação era obrigatória e a angústia tomou conta do atleta.

O "Cristiano Ronaldo dos joelhos"

"Há dez anos, isto costumava ser o final de uma carreira", diz o jogador, atualmente no Gil Vicente, da primeira divisão portuguesa.

O Porto decidiu, naquele momento, recorrer a José Noronha, que cuidou, pela primeira vez, de um esportista conhecido. Seis meses depois, Peixoto estava recuperado para voltar à competição.

Desde esse êxito, o cirurgião soube conquistar a confiança do mundo do futebol e começou a trabalhar com o Porto e com a agência Gestifute, que gerencia a carreira de muitos jogadores, entre eles o Bola de Ouro Cristiano Ronaldo, que já consultou Noronha para diferentes tratamentos.

"Ter trabalhado no mundo do futebol me deu notoriedade", admite com alguma modéstia o doutor Noronha, que também se diz um apaixonado pelo futebol.

"Por algum motivo o chamam de Messi ou Cristiano Ronaldo dos joelhos", afirma Peixoto.

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