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UFC: encarar o campeão invicto é uma fria? Nem sempre

Especialistas dizem que a tarefa de Júnior Cigano - vencer Cain Velasquez - não é um bicho de sete cabeças. A pressão vai ficar no lado do americano

Júnior Cigano venceu o americano Shane Carwin por decisão dos juízes no UFC 131, em junho (Divulgação/UFC)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2011 às 16h17.

No futebol, quando um time tem tradição e é conhecido por faturar muitos títulos, costuma-se dizer que esse clube tem uma "camisa que joga sozinhas" – afinal, por causa de sua reputação vencedora, consegue arrancar resultados positivos mesmo que esteja em uma fase desfavorável. Nos esportes de contato, a situação não é bem essa – e enfrentar um campeão invicto pode não ser um mau negócio.

É o caso de Júnior Cigano, que disputará o título da categoria peso-pesado na madrugada deste domingo, na estreia do UFC na Rede Globo e na primeira transmissão em televisão aberta nos Estados Unidos, contra o invicto Cain Velasquez, que tem nove vitórias em seu cartel. Para seu treinador de boxe Luiz Dórea e a psicóloga Suzy Fleury, Cigano sobe ao octógono em posição relativamente favorável, já que a responsabilidade maior é a de Velasquez, que precisa manter o cinturão da categoria peso-pesado.

Muitos lutadores costumam dizer que não há favoritos dentro do octógono: vence quem estiver mais preparado física e psicologicamente. “Nos esportes de contato, o fato de alguém estar invicto não muda muita coisa, e a responsabilidade de vencer é toda de Velasquez, que quer manter essa invencibilidade.

A motivação maior é do Cigano, que quer vencer o campeão”, diz Luiz Dórea, que era treinador do ex-campeão de boxe Acelino Popó Freitas. Dórea explica que Cigano venceu lutas difíceis para disputar o título e aposta que o brasileiro conquistará seu objetivo. “O lutador pensa que o adversário está invicto porque não lutou com ele ainda. O que vale mesmo é a experiência, com quem lutou, se nocauteou e se sabe dominar o octógono.”

Especialista em psicologia esportiva, Suzy Fleury concorda com Dórea sobre a motivação de Cigano, mas explica que o brasileiro precisará de outros elementos para conseguir se tornar campeão. “Além da vontade de sair vitorioso, o atleta precisa ter um posicionamento mental favorável e saber controlar as emoções dentro do octógono para potencializar a concentração.” Suzy diz que alguns atletas conseguem se aproveitar das dificuldades, e ao invés de ter medo de lutar contra o campeão, tiram a responsabilidade dos ombros.

Ao mesmo tempo, sentem-se confiantes, pois acreditam que chegaram ao nível de enfrentar o melhor da sua categoria. “Foi essa metodologia que o treinador Larri Passos usou com Gustavo Kuerten quando ele foi campeão pela primeira vez em Roland Garros. Ele superava degrau a degrau com descontração por não ser o favorito. Nessas situações, o pensamento do atleta tem um impacto direto nas suas ações.” O UFC deste sábado acontece em Anaheim, na Califórnia. O canal pago Combate exibe todas as lutas a partir das 19h45 (horário de Brasília). A Globo mostra o duelo entre Cigano e Velasquez já na madrugada de domingo, por volta de 0h15.

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No futebol, quando um time tem tradição e é conhecido por faturar muitos títulos, costuma-se dizer que esse clube tem uma "camisa que joga sozinhas" – afinal, por causa de sua reputação vencedora, consegue arrancar resultados positivos mesmo que esteja em uma fase desfavorável. Nos esportes de contato, a situação não é bem essa – e enfrentar um campeão invicto pode não ser um mau negócio.

É o caso de Júnior Cigano, que disputará o título da categoria peso-pesado na madrugada deste domingo, na estreia do UFC na Rede Globo e na primeira transmissão em televisão aberta nos Estados Unidos, contra o invicto Cain Velasquez, que tem nove vitórias em seu cartel. Para seu treinador de boxe Luiz Dórea e a psicóloga Suzy Fleury, Cigano sobe ao octógono em posição relativamente favorável, já que a responsabilidade maior é a de Velasquez, que precisa manter o cinturão da categoria peso-pesado.

Muitos lutadores costumam dizer que não há favoritos dentro do octógono: vence quem estiver mais preparado física e psicologicamente. “Nos esportes de contato, o fato de alguém estar invicto não muda muita coisa, e a responsabilidade de vencer é toda de Velasquez, que quer manter essa invencibilidade.

A motivação maior é do Cigano, que quer vencer o campeão”, diz Luiz Dórea, que era treinador do ex-campeão de boxe Acelino Popó Freitas. Dórea explica que Cigano venceu lutas difíceis para disputar o título e aposta que o brasileiro conquistará seu objetivo. “O lutador pensa que o adversário está invicto porque não lutou com ele ainda. O que vale mesmo é a experiência, com quem lutou, se nocauteou e se sabe dominar o octógono.”

Especialista em psicologia esportiva, Suzy Fleury concorda com Dórea sobre a motivação de Cigano, mas explica que o brasileiro precisará de outros elementos para conseguir se tornar campeão. “Além da vontade de sair vitorioso, o atleta precisa ter um posicionamento mental favorável e saber controlar as emoções dentro do octógono para potencializar a concentração.” Suzy diz que alguns atletas conseguem se aproveitar das dificuldades, e ao invés de ter medo de lutar contra o campeão, tiram a responsabilidade dos ombros.

Ao mesmo tempo, sentem-se confiantes, pois acreditam que chegaram ao nível de enfrentar o melhor da sua categoria. “Foi essa metodologia que o treinador Larri Passos usou com Gustavo Kuerten quando ele foi campeão pela primeira vez em Roland Garros. Ele superava degrau a degrau com descontração por não ser o favorito. Nessas situações, o pensamento do atleta tem um impacto direto nas suas ações.” O UFC deste sábado acontece em Anaheim, na Califórnia. O canal pago Combate exibe todas as lutas a partir das 19h45 (horário de Brasília). A Globo mostra o duelo entre Cigano e Velasquez já na madrugada de domingo, por volta de 0h15.

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