Treinamento físico é capaz de reduzir problemas cardíacos
Exercícios físicos reduzem dores no peito de origem cardíaca e melhoram circulação sanguinea do coração
Da Redação
Publicado em 16 de agosto de 2012 às 11h36.
São Paulo - O treinamento físico para portadores de disfunção microvasular coronária (DMC) melhora a perfusão miocárdica (chegada do sangue ao coração) e reduz a dor precordial (dor no peito de origem cardíaca), revela pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Os exercícios foram testados pelo fisioterapeuta Eduardo Elias Vieira de Carvalho, sob orientação do professor Marcus Vinícius Simões, da FMRP. O treino também aumenta a capacidade funcional, a qualidade de vida dos pacientes e complementa o tratamento medicamentoso, que é eficaz em apenas 50% dos casos de DMC.
O estudo foi realizado no Programa de Reabilitação Cardíaca do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), coordenado pelo professor Lourenço Gallo Junior, dentro do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Divisão de Cardiologia da unidade.
“O programa é dividido em quatro fases: a hospitalar (fase I), a ambulatorial supervisionada (fase II) em esteiras esgométricas e cicloergômetros, ambulatorial semi supervisionada (fase III) com caminhada na pista de atletismo no campus da USP em Ribeirão Preto, e fase não supervisionada (fase IV) feita em academias ou praças”, conta o fisioterapeuta. Atualmente, o programa possui 480 pacientes ativos cadastrados.
“A pesquisa contou com 19 pacientes, sendo 12 homens e 7 mulheres com média de idade de 53 anos, que participaram da segunda fase, com acompanhamento médico cardiológico, fisioterapêutico e da equipe de enfermagem”, diz o pesquisador. “Eles não passaram pela orientação nutricional que é oferecida pelo Programa para que fosse posível fazer uma verificação mais precisa dos efeitos do treinamento físico combinado com a medicação”. Durante quatro meses os pacientes treinaram uma hora por dia, três vezes por semana.
Em cada sessão, eram coletados dos dados vitais como pressão arterial, frequência cardíaca e nível de glicose no sangue. “Depois de um aquecimento de 5 a 10 minutos, eles faziam meia hora de esteira, seguindo um ritmo adequado aos resultados do seu Teste Cardiopulmonar (TCP), e por fim, uma atividade de relaxamento”, relata Carvalho. “Ao final do período de treinamento, depois de novos exames e da aplicação de um questionário de qualidade de vida verificou-se uma melhora da capacidade funcional dos pacientes e a redução das dores e dos defeitos de perfusão miocardica”.
Efeitos
Dos 19 pacientes que iniciaram a pesquisa, 12 foram encaminados para a fase 3 do Programa de Reabilitação Cardíaca do HCFMRP. Quanto aos demais, a maioria deixou o programa quando diminuiram as dores no peito. “Esta etapa do estudo comprovou o efeito benéfico da atividade física.”, ressalta o fisioterapeuta. “Agora, uma nova fase da pesquisa vai identificar os mecanismos fisiológicos responsáveis por esse benefício”.
A DMC, por apresentar dor precordial (angina no peito) como sintoma, pode ser confundida e tratada como se fosse uma Doença Arterial Coronária (DAC). “Esse quadro do paciente está associado com isquemia miocárdica, problema que leva ao infarto”, afirma Carvalho. “O padrão das dores é semelhante, elas surgem em momentos de estresse e esforço físico e diminuem quando a pessoa está em repouso”.
A diferenciação entre as duas doenças é feita com testes de esforço realizados em esteira, exames de cintilografia miocárdica e cateterismo. “Desse modo, é possível identificar lesões coronarianas, como obstrução das artérias, presentes nos portadores de DAC”, afirma o fisioterapeuta. “Os pacientes com DMC apresentam apenas defeitos perfusionais reversíveis, ou seja, algumas regiões do coração não estão recebendo sangue corretamente”.
O tratamento da DMC é realizado com medicamentos. No entanto, a medicação é eficiente apenas em 50% dos pacientes que apresentam a disfunção, não revertendo os problemas de circulação e nem diminindo a dor. “A prática regular de treinamento físico melhora a função endotelial, relacionada com a elasticidade das artérias, fazendo com que se dilatem e circule mais sangue pelo órgão”, conclui Carvalho.
São Paulo - O treinamento físico para portadores de disfunção microvasular coronária (DMC) melhora a perfusão miocárdica (chegada do sangue ao coração) e reduz a dor precordial (dor no peito de origem cardíaca), revela pesquisa da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.
Os exercícios foram testados pelo fisioterapeuta Eduardo Elias Vieira de Carvalho, sob orientação do professor Marcus Vinícius Simões, da FMRP. O treino também aumenta a capacidade funcional, a qualidade de vida dos pacientes e complementa o tratamento medicamentoso, que é eficaz em apenas 50% dos casos de DMC.
O estudo foi realizado no Programa de Reabilitação Cardíaca do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), coordenado pelo professor Lourenço Gallo Junior, dentro do Laboratório de Fisiologia do Exercício da Divisão de Cardiologia da unidade.
“O programa é dividido em quatro fases: a hospitalar (fase I), a ambulatorial supervisionada (fase II) em esteiras esgométricas e cicloergômetros, ambulatorial semi supervisionada (fase III) com caminhada na pista de atletismo no campus da USP em Ribeirão Preto, e fase não supervisionada (fase IV) feita em academias ou praças”, conta o fisioterapeuta. Atualmente, o programa possui 480 pacientes ativos cadastrados.
“A pesquisa contou com 19 pacientes, sendo 12 homens e 7 mulheres com média de idade de 53 anos, que participaram da segunda fase, com acompanhamento médico cardiológico, fisioterapêutico e da equipe de enfermagem”, diz o pesquisador. “Eles não passaram pela orientação nutricional que é oferecida pelo Programa para que fosse posível fazer uma verificação mais precisa dos efeitos do treinamento físico combinado com a medicação”. Durante quatro meses os pacientes treinaram uma hora por dia, três vezes por semana.
Em cada sessão, eram coletados dos dados vitais como pressão arterial, frequência cardíaca e nível de glicose no sangue. “Depois de um aquecimento de 5 a 10 minutos, eles faziam meia hora de esteira, seguindo um ritmo adequado aos resultados do seu Teste Cardiopulmonar (TCP), e por fim, uma atividade de relaxamento”, relata Carvalho. “Ao final do período de treinamento, depois de novos exames e da aplicação de um questionário de qualidade de vida verificou-se uma melhora da capacidade funcional dos pacientes e a redução das dores e dos defeitos de perfusão miocardica”.
Efeitos
Dos 19 pacientes que iniciaram a pesquisa, 12 foram encaminados para a fase 3 do Programa de Reabilitação Cardíaca do HCFMRP. Quanto aos demais, a maioria deixou o programa quando diminuiram as dores no peito. “Esta etapa do estudo comprovou o efeito benéfico da atividade física.”, ressalta o fisioterapeuta. “Agora, uma nova fase da pesquisa vai identificar os mecanismos fisiológicos responsáveis por esse benefício”.
A DMC, por apresentar dor precordial (angina no peito) como sintoma, pode ser confundida e tratada como se fosse uma Doença Arterial Coronária (DAC). “Esse quadro do paciente está associado com isquemia miocárdica, problema que leva ao infarto”, afirma Carvalho. “O padrão das dores é semelhante, elas surgem em momentos de estresse e esforço físico e diminuem quando a pessoa está em repouso”.
A diferenciação entre as duas doenças é feita com testes de esforço realizados em esteira, exames de cintilografia miocárdica e cateterismo. “Desse modo, é possível identificar lesões coronarianas, como obstrução das artérias, presentes nos portadores de DAC”, afirma o fisioterapeuta. “Os pacientes com DMC apresentam apenas defeitos perfusionais reversíveis, ou seja, algumas regiões do coração não estão recebendo sangue corretamente”.
O tratamento da DMC é realizado com medicamentos. No entanto, a medicação é eficiente apenas em 50% dos pacientes que apresentam a disfunção, não revertendo os problemas de circulação e nem diminindo a dor. “A prática regular de treinamento físico melhora a função endotelial, relacionada com a elasticidade das artérias, fazendo com que se dilatem e circule mais sangue pelo órgão”, conclui Carvalho.