Bernard Arnault e família: reforço de matemática e viagem em família (Denis Charlet/AFP/Getty Images)
Editor de Casual e Especiais
Publicado em 21 de maio de 2023 às 07h00.
Última atualização em 21 de maio de 2023 às 10h17.
Succession, o sucesso do momento da HBO, está na reta final. A série trata de uma empresa familiar de mídia em que três dos quatro filhos do patriarca Logan Roy disputam, alternadamente, o posto de comando. Ao longo das três temporadas, com a quarta em andamento, Kendall é quem chegou mais perto, mas já houve momentos favoráveis a Shiv e a Roman.
O criador da série, Jesse Armstrong, já disse ter se inspirado em algumas famílias da vida real, como os Murdoch, da News Corp. Mas existe outro clã do mundo dos negócios que guarda algumas semelhanças com os Roy. Trata-se simplesmente do entorno do homem mais rico do mundo, Bernard Arnault.
Bernard Arnault é fundador do grupo Louis Vuitton Moët Hennessy, a maior empresa global de artigos de luxo, com 75 marcas, de moda a hotelaria. Ele tem cinco filhos, todos em cargos de liderança dentro do grupo.
São eles Delphine Arnault , vice-presidente da Louis Vuitton; Antoine Arnault, chefe de comunicação e imagem do LVMH; Alexandre Arnault, vice-presidente de produtos e comunicação da Tiffany; Frédéric Arnault, CEO da TAG Heuer; e Jean Arnault, diretor de desenvolvimento da divisão de relógios da LVMH.
Segundo uma reportagem recente do The Wall Street Journal, uma vez por mês Bernard Arnault reúne seus filhos para almoçar em uma sala de jantar privada na sede da empresa. A refeição dura exatamente 90 minutos e começa com o bilionário francês lendo em voz alta os tópicos de discussão que preparou em seu iPad.
Segundo pessoas próximas disseram ao jornal, Bernard Arnault dá a volta na mesa, pedindo conselhos a cada um de seus cinco filhos adultos. Os assuntos são os mais variados. Pode ser o desempenho de um gerente específico da empresa ou se é hora de reformular alguma marca da LVMH, de vinhedos na região de Champagne a manufaturas de couro na Itália e no Texas. .
Bernard Arnault, atualmente a pessoa mais rica do mundo, passou décadas preparando seus filhos para administrar o grupo. Ele reforçou as aulas de matemática enquanto estavam na escola e costumava levá-los ainda crianças em viagens de negócios.
O empresário sempre teve executivos de fora gerenciado suas marcas, como Sidney Toledano, que liderou a Christian Dior, e Michael Burke, chefe da Louis Vuitton. Mas aos poucos foi colocando os filhos em postos chave na empresa hoje avaliada em 480 bilhões de dólares.
Ele nunca deu pistas de quem o sucederia. Sempre afirmou que seria por mérito. Na ordem, os filhos mais velhos ocupam cargos mais importantes. Mas a sucessão não será tão imediata. Recentemente, ele aumentou o teto da idade do cargo de CEO para 80 anos. Ele tem hoje 74.
Conheça a seguir os filhos de Arnault e faça sua aposta.
A filha mais velha de Bernard tem 48 anos. Acumula os cargos de diretora executiva da Christian Dior, a segunda maior marca do grupo, e vice-presidente da Louis Vuitton, carro-chefe do grupo. Começou carreira na consultoria McKinsey em Paris, trabalhou na empresa do estilista John Galliano e depois foi para a Dior. Talvez hoje fosse a mais cotada para sucessão do pai.
O segundo filho mais velho de Bernard Arnault está prestes a completar 46 anos. Começou a trabalhar na equipe de marketing da LVMH duas décadas atrás. Depois foi apontado como diretor de comunicação e imagem da Louis Vuitton. Acumula o cargo com a presidência do conselho da varejista Loro Piana e a direção da marca masculina Berluti.
Tem 31 anos e é, com Frédéric e Jean, filho do segundo casamento de Bernard. Está em evidência agora pelo cargo de vice-presidente executivo de produtos e comunicações da Tiffany & Co. A joalheria de origem americana acaba de reinaugurar a icônica loja da Quinta Avenida de Nova York. Sob sua administração, a marca fez parcerias com celebridades e passou a focar em peças de maior valor. Antes, passou pela Rimowa, também do grupo
Sob o seu comando, a tradicional relojoaria TAG Heuer passou a lançar peças de maior valor, como modelos com diamantes de laboratório, e investir no e-commerce. Segundo estimativa do Morgan Stanley, a marca faturou 729 milhões de francos suíços em 2022, um crescimento de mais de 20% em relação ao ano anterior. Tem 28 anos.
O caçula do clã tem 24 anos e entrou para o grupo apenas em 2021. É o diretor de marketing e desenvolvimento da divisão de relógios, que não inclui a TAG Heuer. Recentemente, recebeu a incumbência do pai de desenvolver duas linhas, Daniel Roth e Gérald Genta, dois ícones da relojoaria.