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Sob nova direção, Inhotim deve ganhar galerias, artistas e até hotel

Para implementar mudanças, orçamento da instituição, que hoje é de R$ 40 milhões, deve ser ampliado com uma nova política de captação de recursos junto à iniciativa privada

Instituto Inhotim (Vinicius Depizzol/Wikimedia Commons)
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GabrielJusto

Publicado em 26 de outubro de 2021 às 16h05.

Última atualização em 26 de outubro de 2021 às 16h20.

A partir do próximo ano o Instituto Inhotim ganhará não só nova direção como um novo rumo, incluindo a pauta ecológica em sua programação dedicada à arte contemporânea. Em janeiro assume como diretor-presidente Lucas Pessôa numa equipe que contará com Paula Azevedo como diretora vice-presidente e a curadora Julieta González como diretora artística da instituição, criada pelo empresário Bernardo Paz há 15 anos. Antonio Grassi segue no cargo de diretor-presidente até dezembro, viajando depois para Portugal, onde passará a atuar como consultor internacional do instituto.

Os novos diretores concederam uma entrevista ao Estadão, adiantando como será a mudança do perfil de Inhotim, um museu de arte contemporânea e Jardim Botânico instalado numa área de 140 hectares em Brumadinho, Minas Gerais, a 60 quilômetros de Belo Horizonte. Nesse jardim estão plantadas 4.500 espécies de plantas vindas de todos os continentes. A ideia, segundo a nova diretora artística, é dinamizar o acervo (560 obras de artistas de 38 países) com propostas que unam ecologia e arte. "Queremos convidar artistas que trabalhem com a natureza, pensando não só nas galerias que já existem em Inhotim como em seu Jardim Botânico, por meio de parcerias com instituições internacionais".

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A extensão do Instituto Inhotim e sua localização privilegiada — entre os ricos biomas da Mata Atlântica e do cerrado — possibilita aos artistas, segundo Julieta González, a criação de site specifics, além de abrir espaço para a exibição permanente de obras de grandes dimensões. "Isso vai possibilitar ao visitante uma experiência única, que integra arte e natureza, como fizemos em museus estrangeiros como o MoMA de Nova York", diz a curadora, que trabalhou com instituições centrais da arte contemporânea, como a Tate Modern e o Masp.

Para implementar essas mudanças e Inhotim ganhar novas galerias, o reajuste no orçamento anual será inevitável. Hoje está por volta de 40 milhões de reais, segundo o novo diretor-presidente, mas pode ser ampliado com a nova estratégia de governança do instituto. Há planos de construir um hotel na região, revela a nova diretora vice-presidente, Paula Azevedo. "O novo conselho será representativo, atraindo empresários de diferentes regiões do Brasil e do estrangeiro, assim como nosso programa de patronato".

O novo diretor-presidente quer ampliar o programa educativo de Inhotim, contando para isso com o novo conselho, que será formado por notáveis da área, e a nova política para captação de recursos, antes restrita a receitas operacionais e ao patrocínio do investidor Bernardo Paz. "O convite para que eu assumisse veio de um desejo de institucionalizar Inhotim e integrar o instituto à sociedade civil, pois ele é uma entidade privada com fins públicos", justifica Lucas Pessôa, que foi diretor financeiro do Masp entre 2014 e 2018.

As obras pertencentes ao acervo de Inhotim, garante o novo diretor-presidente, estão livres de qualquer ônus e não foram dadas em garantia pelas dívidas existentes do grupo que o mantém. Em junho deste ano, o Ministério Público de Minas Gerais a Advocacia-Geral do Estado e o grupo Itaminas, mantenedor do Instituto Inhotim, assinaram um acordo para quitar a dívida tributária da empresa com o Estado.

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