Retrospectiva esportes: protagonismo do futebol muda de mãos no Brasil
No ano em que o Flamengo brilhou e Maradona morreu, Seleção iniciou caminhada em busca de vaga para Copa de 2022
Agência Brasil
Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 09h33.
No início de 2020, não havia quem não esperasse um ano tão vitorioso para o Flamengo como foi 2019. Na última temporada, após a conquista do Campeonato Carioca, do Brasileiro e da Libertadores, apresentando um futebol moderno e envolvente, o time da Gávea manteve suas estrelas e qualificou ainda mais seu plantel trazendo nomes como o volante Thiago Maia e os atacantes Pedro e Michael.
A expectativa de que o Rubro-Negro teria uma temporada inesquecível aumentou nos primeiros meses do ano com o triunfo na Supercopa do Brasil, no Estadual e na Recopa Sul-Americana.
Mas aí veio a parada do futebol por causa da pandemia do novo coronavírus (covid-19) e a saída do técnico português Jorge Jesus. No retorno às atividades, o Flamengo não era mais o mesmo. As vitórias até vinham, mas sem brilho e em meio a dificuldades. E o mais grave foi que o Rubro-Negro vacilou quando não podia vacilar, sendo eliminado da Copa do Brasil e da Libertadores (perdendo a oportunidade de disputar a final da competição no estádio do Maracanã no início de 2021).
Ao final de 2020, o Flamengo ainda tem a possibilidade de conseguir um troféu (do Brasileiro), mas agora outras equipes assumiram o protagonismo no futebol brasileiro. O poderoso Palmeiras e um surpreendente Santos, repleto de jovens valores, estão nas semifinais da Copa Libertadores, e disputam, respectivamente, com River Plate e Boca Juniors, a honra de chegar à final da competição continental.
No Brasileiro, a nova sensação é o São Paulo. O time comandado pelo técnico Fernando Diniz é o líder isolado da Série A e ainda luta pela inédita glória na Copa do Brasil.
Seleção brasileira
Se para o Flamengo 2020 foi repleto de frustração, para a seleção brasileira foi um ano muito positivo, com 100% de aproveitamento no início da busca por uma vaga para a Copa de 2022 (Catar). Nas quatro primeiras rodadas das Eliminatórias para o Mundial, o Brasil superou a Bolívia (5 a 0, em São Paulo), Peru (4 a 2, em Lima), Venezuela (1 a 0, em São Paulo) e Uruguai (2 a 0, em Montevidéu).
O atacante Neymar esteve presente apenas nas duas primeiras partidas (ficou de fora das outras por problemas físicos). Após passar em branco na estreia contra a Bolívia, mesmo com grande atuação, o atacante marcou três vezes no triunfo sobre a seleção peruana. Com estes gols, o camisa 10 atingiu a marca de 64 gols com a camisa da seleção brasileira, de acordo com a Fifa. Ele superou Ronaldo Fenômeno e agora é o segundo jogador com mais marcações pelo Brasil em partidas oficiais, atrás apenas de Pelé, que tem 77.
A seleção volta a campo apenas em março de 2021, quando enfrenta a Colômbia no dia 25, e mede forças com a Argentina no dia 30, na Arena Pernambuco.
80 anos do rei do futebol
Um jogador que deixou uma marca inigualável na seleção brasileira foi Pelé. No dia 23 de outubro, o rei do futebol foi assunto ao completar 80 anos de idade. A data não passou batida pelo mundo do futebol. Clubes, jogadores da atualidade e do passado, a CBF e até a Fifa, entidade máxima da modalidade, prestaram homenagens ao eterno camisa 10 do Santos e da seleção brasileira.
“Há uns poucos nomes que são conhecidos no mundo todo. Isso inclui algumas figuras históricas, um pequeno número de ícones da música e do cinema, assim como um grupo exclusivo de esportistas, sendo Pelé um deles, de forma inquestionável. Não importa a geração, o país ou a origem das pessoas, todos conhecem o famoso atacante brasileiro”, afirmou a Fifa na ocasião.
Adeus ao Pibe de Oro
Mas 2020 não foi apenas o ano de celebrar a vida de grandes figuras do futebol. No dia 25 de novembro Diego Armando Maradona faleceu aos 60 anos em decorrência de um ataque cardiorrespiratório em sua casa, na cidade de Tigre, zona norte da região metropolitana da capital Buenos Aires.
A morte de um dos maiores nomes do futebol mundial em todos os tempos causou uma comoção mundial. Em Buenos Aires, o velório foi acompanhado por uma multidão de argentinos, e até em Nápoles, onde o argentino brilhou com a camisa do Napoli, homenagens foram realizadas.