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Quem precisa de Tesla? Audi RS e-tron GT é o elétrico de 646 cv no Brasil

Modelo já está em pré-venda por R$ 949.990 e vem acompanhado do novo SUV e-tron S Sportback

Elétrico: novidade tem a mesma base do Porsche Taycan (Audi/Divulgação)
GA

Gabriel Aguiar

Publicado em 20 de maio de 2021 às 14h30.

Última atualização em 20 de maio de 2021 às 15h58.

Não temos os carros da Tesla (oficialmente) no Brasil. Mas, sinceramente, quem precisa disso? No que depender da Audi, ninguém, já que o fabricante alemão começou a pré-venda do todo-poderoso elétrico RS e-tron GT — e também anunciou o SUV elétrico e-tron S Sportback.

Para começar, vamos lembrar que o cupê de quatro portas é praticamente igual ao Porsche Taycan, elétrico mais vendido nos primeiros quatro meses deste ano no mercado brasileiro, com 170 unidades. Ou seja: receita para o sucesso nas lojas, o estreante tem.

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Para conhecer o modelo, Casual foi convidada a dirigir no Autódromo da Fazenda Capuava, em Indaiatuba, no interior paulista, onde também estava a versão e-tron GT de entrada, que, por enquanto, não chegará ao nosso mercado.

Autonomia: Audi garante que o modelo consegue andar mais de 472 quilômetros (Audi/Divulgação)

Por 949.990 reais, há piloto automático adaptativo; faróis de LED e laser com luzes dinâmicas; bancos esportivos com aquecimento e ventilação para quem está na primeira fileira; teto de vidro panorâmico; rodas aro 21; chave presencial; assistente automático de estacionamento; painel digital; e ar-condicionado com três zonas.

Só que a grande aposta dos alemães aqui é a personalização. Não à toa, há mais de 1,4 milhão de possíveis combinações, que vão desde cores exclusivas (37.000 reais), até itens como visão noturna (21.000 reais).

Também dá para incluir o pacote completo de fibra, por 77.000 reais, ou escolher peças separadas, como teto (33.000 reais); pacote exterior (38.000 reais); capa de retrovisor (6.000 reais); e soleira para as portas (4.500 reais).

Inteligentes: faróis têm iluminação dinâmica com LED e laser (Audi/Divulgação)

Por enquanto, não está confirmada a quantidade de carros trazidos para a primeira fase de vendas. Mas fontes ligadas à marca dizem que podem vir até 35 unidades — e a expectativa de quem está dentro é esgotar o estoque em menos de uma semana, como aconteceu com o superesportivo R8.

E essa será a estreia do “Taycan da Audi” por aqui, justamente no topo de linha — equivalente à versão Turbo do primo. Também segue em estudo a possibilidade trazer uma opção mais em conta futuramente, só que isso não deverá acontecer antes de 2022.

Na configuração RS que teremos aqui (e que já dirigimos), o e-tron GT tem dois motores: dianteiro com 175 kW e traseiro com 335 kW, que atuam nas quatro rodas. Esse conjunto trabalha com o câmbio automático de duas marchas, que, na primeira, privilegia o torque (que é a força em retomadas), e, na segunda, tem foco em potência.

Jeito de conceito: modelo de produção repete visual antecipado por protótipo (Audi/Divulgação)

São 598 cv em situações normais, que podem saltar a 646 cv durante 2,5 segundos por conta da função Overboost. Ou seja: números bons o suficiente para garantir o título de modelo mais potente já produzido em série pela Audi — e capaz de chegar aos 100 km/h em apenas 3,3 segundos.

Durante a apresentação do RS e-tron GT, a marca reforçou a importância de manter a usabilidade no dia a dia. Até por isso, há espaço para quatro adultos viajarem sem apertos, ainda que seja baixo (com 1,41 m) e tenha cinto para o quinto ocupante, além de dois porta-malas que, somados, têm capacidade para até 431 litros. É o mesmo que o SUV Hyundai Creta.

Do lado de dentro, há bancos com revestimento de camurça sintética e duas grandes telas, sendo uma para a central multimídia e outra para os instrumentos. E, com exceção do comando de câmbio futurista, não existe nenhum detalhe que destoe dos outros modelos vendidos pela marca, o que também significa acabamento acertado e peças bem-montadas.

Eficiência: rodas aro 21 têm calotas aerodinâmicas (Audi/Divulgação)

Como dá para optar entre diferentes modos de condução ao toque de um botão, o motorista poderá escolher desde a opção Efficiency, que ajusta todos os parâmetros para melhorar o rendimento da bateria, até a Dynamic, que tem foco no desempenho. Existe também um modo pensado para o conforto, que deixa a suspensão mais macia e as reações mais controladas.

Não fosse pela visibilidade limitada — as dimensões generosas desse carro e o estilo das janelas pequenas têm esse preço —, dirigir o RS e-tron GT seria tão “convencional” quanto o A5, por exemplo: existe até um ruído que lembra uma espaçonave dos filmes de ficção para alertar pedestres e acabar com a monotonia do silêncio.

Mas, se o motorista decidir provocar o novo elétrico alemão, é melhor estar preparado para reações dignas dos carros de corrida. Basta acelerar com pé no fundo para as costas grudarem no banco, mesmo sem ativar o ajuste mais esportivo. E, sinceramente, não parece um veículo com 2.400 kg.

Tudo em família: painel lembra os outros modelos da marca (Audi/Divulgação)

Durante o teste em pista, quando deu para descobrir os limites do cupê sem infringir nenhuma regra (fosse moral ou legal), as curvas pareciam simples de domar, mesmo em alta velocidade. E o mérito, além de o sistema de tração integral, é do eixo traseiro que gira até 2,8 graus para melhorar a agilidade — e que, a baixa velocidade, facilita as manobras dentro do estacionamento.

Mais do que apenas acelerar, o novato tem sistema de freios com carboneto de tungstênio, que, de acordo com o fabricante, tem durabilidade até 30% maior do que conjuntos convencionais, além de resistir melhor à temperatura. E, na prática, a capacidade de parada do elétrico realmente impressiona.

Espaço interno: quatro pessoas viajam sem aperto no elétrico (Audi/Divulgação)

Quanto à bateria, há um conjunto de 33 módulos instalado sob o assoalho para baixar o centro de gravidade e melhorar o equilíbrio da carroceria. Afinal, esse componente pesa 630 kg. Se a preocupação é manutenção, há garantia de oito anos (ou 160.000 quilômetros) e cada um dos módulos poderá ser reparado individualmente.

Com autonomia para até 472 quilômetros no ciclo WLTP, mais próximo do uso real, o estreante precisa de 23 minutos no carregador de alta capacidade de até 270 kW. Já em carregadores de 11 kW, como são comuns em residências, o tempo estimado é de quase 8h30.

No fim, o principal desafio do novato será enfrentar a própria família aqui, já que o Taycan Turbo (configuração equivalente ao lançamento da Audi) é mais rápido e custa 891.354 reais. E, por mais 100.000 reais, dá para levar a versão Turbo S, topo de linha, que eleva o desempenho a outro patamar. Só que o RS e-tron GT, por sua vez, é mais domesticado para o dia a dia.

Novo Audi e-tron S Sportback

Topo de linha: nova versão é a mais potente do e-tron Sportback (Audi/Divulgação)

Não será tarefa fácil reconhecer a nova versão topo de linha do SUV-cupê. Isso porque, tirando detalhes como a grade com emblema S e as entradas de ar próximas das rodas dianteiras, não há nenhuma outra mudança em relação à configuração que era vendida aqui desde 2020.

Mas o desempenho promete fazer a alegria de quem preferiu a discrição nas ruas — e se o e-tron S Sportback puder ser definido assim: é o maior torque (força em retomadas) entre os carros já produzidos pela Audi. E a aceleração até os 100 km/h é feita em apenas 4,5 segundos, diz a marca.

São três motores com 503 cv e 99,2 kgfm, números dignos de esportivos, alimentados pelo conjunto de bateria com 95 kWh (igual àquele usado na opção de entrada) com autonomia de até 380 quilômetros no ciclo WLTP, que é mais próximo das situações reais de uso.

Três motores: SUV-cupê tem quase 100 kgfm de torque (Audi/Divulgação)

De série, o estreante oferece piloto automático adaptativo; faróis de LED com luzes dinâmicas; bancos com aquecimento e ventilação para quem está na primeira fileira; teto de vidro panorâmico; rodas aro 21; chave presencial; e ar-condicionado com quatro zonas de temperatura.

E o modelo já está disponível em pré-venda há exato um mês por 779.990 reais. Só que também há opcionais, como cores exclusivas (37.000 reais); visão noturna (21.000 reais); capa de fibra de carbono para os retrovisores (6.000 reais); e câmeras no lugar dos espelhos externos (15.000 reais).

Detalhes: modelo manteve a opção de câmeras no lugar dos retrovisores externos (Audi/Divulgação)

Não fosse pelo silêncio acima do que é normal para os carros a combustão e a aceleração linear, nem daria para perceber que esse modelo é elétrico. Sendo assim, outras qualidades se destacam: há bom espaço para até cinco pessoas; 615 litros divididos em dois porta-malas; bem como cabine com acabamento caprichado.

Como no RS e-tron GT (ainda que em maior proporção), dá para selecionar entre diferentes modos de condução e, na opção mais confortável, é como dirigir um SUV convencional. Já com a Dynamic, mais esportiva, o Audi fica mais firme, ideal para as rodovias.

Não espere que esse seja um modelo esportivo, porque não é a intenção. Mas a versão estreante tem fôlego suficiente para fazer a alegria de quem busca mais diversão ao volante — e há até modo drift — sem prejudicar o meio ambiente para conseguir isso.

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