Casual

Quem lê Harry Potter respeita mais gays e imigrantes

Segundo pesquisa, maior truque de mágica da série é o de fazer com que seus leitores tenham maior respeito por grupos como homossexuais, imigrantes e refugiados

Garoto lê livro da série Harry Potter: a saga do bruxo apresenta vários exemplos de preconceito (Lisa Maree Williams/Getty Images)

Garoto lê livro da série Harry Potter: a saga do bruxo apresenta vários exemplos de preconceito (Lisa Maree Williams/Getty Images)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 5 de agosto de 2014 às 21h59.

São Paulo - A série Harry Potter é famosa por listar vários itens encantados, como capas de invisibilidade, feitiços e até uma passagem escondida na estação de trem King's Cross, em Londres.

Mas, segundo uma pesquisa publicada no Journal of Applied Social Psychology, o maior truque de mágica dos livros de J. K. Rowling é o de reduzir o preconceito dos seus leitores. 

Dois experimentos foram realizados: um com crianças do ensino fundamental e outro que cruzou dados de jovens do ensino médio e superior. Ambos apoiaram a ideia de que a leitura dos best-sellers faz com que o relacionamento com grupos como homossexuais, imigrantes e refugiados melhore. 

De acordo com o The Independent, é a identificação com o protagonista - e o distanciamento do vilão Voldemort - que faz com que o preconceito contra esses grupos seja reduzido.

Ainda segundo o site, a saga apresenta vários exemplos de preconceito, como o desprezo por bruxos mestiços e o tratamento escravo dado aos elfos.

A psicóloga Loris Vezzali, uma das autoras do estudo, disse ao Huffington Post que o protagonista da série "sente empatia por personagem de classes estigmatizadas, tenta entender seus sofrimentos e trabalha pela igualdade social".

Segundo o site, no primeiro experimento, 34 alunos do ensino fundamental completaram questionários sobre suas atitudes em relação aos imigrantes. Depois, uma vez por semana um pesquisador se encontrava com as crianças e lia trechos dos livros.

Metade dos alunos ouviu passagens que não tinham nenhum tipo de preconceito, enquanto a outra metade discutiu tais episódios.

Após seis semanas, o mesmo questionário foi aplicado. As crianças que discutiram as passagens preconceituosas lidavam melhor com o diferente - mas isso só acontecia se eles se identificassem emocionalmente com Harry.

No segundo estudo, 117 jovens responderam quantos livros da saga de Harry Potter já haviam lido e, logo depois, completaram um questionário sobre suas atitudes com os gays. Novamente, os que leram mais livros se mostravam mais respeitosos com os homossexuais.

Atualizado às 20h58, 04/08/2014, para incluir mais informações sobre o estudo.

Acompanhe tudo sobre:GaysHarry PotterJ. K. RowlingLGBTLiteraturaLivrosPreconceitos

Mais de Casual

Conheça o castelo na França exclusivo para convidados da Moët & Chandon

Wine power: o poder dos bares de vinho na educação sobre a bebida

Antonio Forjaz, da Sportingbet, mostra a rotina multiesportiva de um executivo

O Brasil é apaixonado por picapes, e o CEO da Ford América do Sul sabe o motivo

Mais na Exame