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Por dentro do superiate de 90 metros que vale US$ 130 milhões

Super embarcação está à venda por cerca de metade do preço de compra por conta de um escândalo multimilionário

Equanimity: objetivo do governo malaio com a venda é recuperar dinheiro perdido com fraude (Burgess/Divulgação)

Marília Almeida

Publicado em 11 de março de 2019 às 05h00.

Última atualização em 11 de março de 2019 às 09h31.

Ele tem academia, piscina, galeria, salão de beleza e heliponto -- sem contar o espaço de dormitórios para 22 pessoas -- e está à venda por cerca de metade do preço de compra. Mas encontrar comprador para o superiate Equanimity, de 300 pés (91,4 metros), um dos ativos mais impressionantes do escândalo do 1MDB, não está sendo fácil.

A embarcação se destaca entre as propriedades que estão sendo vendidas pelas autoridades malaias interessadas em recuperar recursos supostamente perdidos devido à enorme fraude que desencadeou investigações em todo o mundo e envolveu o Goldman Sachs e o ex-primeiro-ministro da Malásia Najib Razak.

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Iate Equanimity, da Burgess (Burgess)

O ex-proprietário do iate , o empresário foragido Low Taek Jho, foi descrito como figura central do escândalo multibilionário. Jho Low e outros são acusados pelas autoridades de desviar recursos do 1MDB para uso pessoal -- inclusive para a compra do Equanimity, que foi concluído em 2014 e teria custado US$ 250 milhões.

Com um preço indicativo de US$ 130 milhões, a empresa especialista em iates Burgess, a única corretora da venda, afirmou que havia poucas embarcações iguais em tamanho atualmente no mercado. No entanto, na primeira tentativa de vender a embarcação em leilão, em novembro de 2018, depois que o Tribunal do Almirantado da Malásia determinou que o governo malaio e o 1MDB eram os proprietários legítimos do iate, não foi possível encontrar comprador.

Candidatos à compra apresentaram ofertas lacradas ao comissário da Alta Corte da Malásia. A avaliação de US$ 130 milhões só foi revelada após o envio das propostas. “Alguns ofertantes foram oportunistas nos preços”, disse Sitpah Selvaratnam, consultor do escritório de advocacia Tommy Thomas e assessor da transação. “No momento, a ordem é não negociar nada abaixo de US$ 100 milhões”, disse Selvaratnam. “Claramente não é uma venda urgente. Vamos conseguir o que vale.”

Alguns possíveis compradores acostumados a avaliar superiates ao longo das costas do sul da Europa não estão dispostos a viajar para a base naval perto de Kuala Lumpur que hospeda o Equanimity. Mas a Burgess ainda está dialogando com até 20 compradores interessados na embarcação, segundo a corretora líder da venda, a Rupert Nelson, e há interessados vindos do Oriente Médio, da Rússia e de outras partes da Ásia. “Alguns deles são grandes nomes na família da navegação”, disse. “Alguns são grandes nomes em outros segmentos também.”

Iate Equanimity, da Burgess (Burgess)

O governo da Malásia, que gasta até US$ 500.000 por mês para manter a embarcação, não vê a hora de vendê-la.

O Equanimity é parte do rol de ativos chamativos antes pertencentes a Low que agora são alvos de disputas judiciais e apreensões de ativos em todo o mundo. Os EUA entraram com ações judiciais de confisco contra US$ 1,7 bilhão em ativos supostamente adquiridos com dinheiro desviado do 1MDB, incluindo um diamante em forma de coração de US$ 1,29 milhão e um pingente de diamante de US$ 3,8 milhões que Low deu à modelo australiana Miranda Kerr, além de uma pintura de Picasso de US$ 3,2 milhões que Low deu de presente ao ator Leonardo DiCaprio. As duas celebridades entregaram os presentes às autoridades americanas.

Low disse diversas vezes que é inocente e enfrenta acusações por crimes como lavagem de dinheiro na Malásia. Ele foi condenado in absentia porque seu paradeiro é desconhecido.

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